Durante a Sessão Ordinária desta terça-feira (20), os parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo relembraram a tragédia que deixou 64 mortos no município de São Sebastião, no Litoral Norte, há exatamente um ano. Por conta das fortes chuvas, vizinhanças inteiras da cidade foram devastadas e famílias perderam suas casas.

A deputada Marina Helou (Rede) foi a primeira a repercutir o assunto na tribuna. Segundo ela, a mudança climática é um problema em nível mundial e desastres por conta de eventos extremos tendem a acontecer cada vez mais. "Quem sofre mais são as pessoas de maior vulnerabilidade, portanto, é essencial colocar a adaptação climática como prioridade nos planos municipais este ano. Tirar as pessoas das áreas de risco e evitar que mais vidas sejam perdidas é o mínimo que podemos fazer com o poder político", disse a parlamentar.

Por sua vez, Capitão Telhada (PP) celebrou a inauguração dos novos complexos habitacionais no Litoral Norte que, em sua visão, entregaram um lar digno a muitas famílias. "Nunca foi registrada, no Brasil, uma chuva tão intensa como a do ano passado. Agora, com mais precaução e atenção do governo, a população estará mais protegida", afirmou.

Em consonância com os colegas de Parlamento, Ediane Maria (Psol) disse acreditar que a entrega das novas moradias para os atingidos é "fruto de muito trabalho e muita cobrança em cima do poder público", e que o "acompanhamento humanizado e solidário vale muito mais do que as casas, afinal, nada consegue substituir um familiar perdido".

Delegacias da Mulher

Já o deputado Eduardo Suplicy (PT) usou seu discurso para criticar a falta de investimentos do Governo do Estado em relação às Delegacias da Mulher. "Tarcísio investiu apenas 3% dos recursos previstos no Orçamento para implementação de novas instalações", apontou o parlamentar. "Hoje, São Paulo possui 140 unidades, mas apenas onze funcionam de maneira ininterrupta. Em 2023, São Paulo registrou o maior número de casos de feminicídio em cinco anos, por isso, apelar por melhorias é extremamente importante", apontou Suplicy.

Em seguida, Beth Sahão (PT), concordando com o companheiro de partido, pediu ao governador Tarcísio de Freitas que se sensibilize e atenda as demandas pela diminuição da violência contra a mulher. "Tenho um projeto de lei, há muito tempo aprovado nesta Casa, que diz respeito ao aumento dos investimentos nas Delegacias 24 horas de atendimento à mulher. Infelizmente, na Legislatura anterior, foi vetado, mas vamos trabalhar nesta Casa para, se tudo der certo, levá-lo ao governo atual, que precisa urgentemente agir para dar o devido apoio às mulheres paulistas", comentou a deputada.

Centro Olímpico

Da mesma forma, cobrando o atual líder do Executivo, Carlos Giannazi (Psol) se posicionou contra a manutenção e a privatização do Centro Olímpico e do Ginásio do Ibirapuera. Em seu ponto de vista, ambos são patrimônios históricos da cidade de São Paulo e deveriam apresentar condições melhores para o proveito da população. "O governador planeja transformar a atual pista de atletismo em um autódromo, ou seja, um espaço para corrida de automóveis. Nós já temos um dos maiores circuitos do mundo em Interlagos, as pessoas não precisam disso. As instalações estão sucateadas e degradadas, fruto de negligência na manutenção", afirmou o deputado.

Valorização

Em sua fala na tribuna, Vitão do Cachorrão (Republicanos) anunciou uma indicação de sua própria autoria, direcionada ao governador, com o objetivo de criar um plano de carreira para a Polícia Militar. "São heróis que merecem e precisam de motivação. Eles exercem funções além dos limites da profissão. Já presenciei policiais fazendo partos em viaturas e salvando crianças de situações de vida ou morte", justificou o parlamentar. "Geralmente, o militar entra como soldado e só após vinte anos é que consegue uma promoção. A sugestão é que o profissional passe por cursos e exames para ser promovido mais rapidamente, de forma meritocrática", justificou.

A deputada Professora Bebel (PT) voltou a criticar a atuação do Governo do Estado na pasta de Educação. De acordo com ela, cerca de 40 mil professores foram demitidos entre o final de 2023 e o Carnaval deste ano. "Isso, além das pessoas que não receberam salário no mês de dezembro. Nós [professores] estamos enfrentando um possível corte de verbas de R$10 bilhões, entre outras medidas", ressaltou.

Oriente Médio

Repercutindo o conflito entre Israel e Palestina, os deputados Guilherme Cortez (Psol) e Paulo Mansur (PL) subiram à tribuna para apresentar os seus pontos de vista sobre a situação naquela região do planeta.