Uma audiência pública realizada na quinta-feira (19/2) protestou contra o fechamento do Colégio Essência, no bairro do Campo Belo. A escola é especializada no ensino de crianças e adolescentes com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento recebeu representantes dos ex-alunos, com o intuito de cobrar um posicionamento da Secretaria estadual de Educação a respeito, já que o problema afetou 155 famílias. "Algumas dessas crianças foram matriculadas em regiões distantes de suas residências, outras ainda estão sem estudar. A instituição foi fechada sem aviso prévio e nenhum esclarecimento foi passado aos pais e familiares. Buscamos resposta da Secretaria", destacou Carlos Giannazi (PSOL), deputado que propôs a audiência. A mãe de Gabriel Giuseppe recusou a vaga para uma escola no bairro do Tatuapé e explicou que o percurso de 27km entre sua casa e a escola poderia afetar o temperamento e o controle emocional da criança. "Meu filho só chegaria em casa depois do almoço, transtornado, faminto e agressivo", disse. Segundo Jose de Melo, mãe do Matheus Antunes, as novas escolas não apresentam estrutura, ensino e profissionais especializados no tratamento de crianças com o TEA. "Queremos que nossos filhos tenham acesso a um colégio com a mesma qualidade do Essência. Com espaços adaptados e funcionários preparados para receber crianças especiais", concluiu. De acordo com o deputado Giannazi, o caso será levado ao Ministério Público Estadual para que providências sejam tomadas. "É um descaso e um crime o que o Estado fez. As crianças autistas têm um vínculo emocional muito forte com os professores. Não podemos permitir que a burocracia esteja acima do processo de ensino", concluiu o parlamentar.