Salários dos funcionários da educação superior foram questionados pelos deputados da CPI da Gestão das Universidades Públicas, que se reuniram na segunda-feira (24/6). A reunião recebeu para uma oitiva o reitor da USP, Vahan Agopyan.

A respeito dos salários que ultrapassam o teto constitucional - incluindo o subsídio do governador -, o reitor alegou que a questão está na divergência de interpretação jurídica dada ao tema pelo Tribunal de Contas do Estado. Ele afirma que a existência de salários elevados, de docentes e funcionários aposentados, se deve a cumprimento de decisões judiciais relacionadas a ações desses servidores em questionamento à aplicação do teto salarial.

Em atendimento a requerimentos da deputada Carla Morando (PSDB), a CPI deverá receber os holerites de alguns servidores públicos da Unesp dos últimos oito anos, e também as planilhas com os valores das bolsas destinadas às pesquisas e trabalhos acadêmicos produzidos em 2014, 2015 e 2016. "Sem ter os dados fica impossível tirar alguma conclusão se o dinheiro está sendo usado corretamente, se estão sendo pagos salários acima do teto, e isso tudo depende de informação, e a informação vinda da própria instituição é muito melhor, muito mais fiel do que você procurar por outros meios".

O presidente da CPI, deputado Wellington Moura (PRB), afirmou que dará continuidade às investigações, observando se realmente existem irregularidades. "Há algumas denúncias e apontamentos do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Vamos continuar os questionamentos aos reitores e a partir daí fazer uma avaliação, ver quem mais teremos que convidar para que possamos dar sequência e finalizar a relatoria, além de garantir a transparência". Na quarta-feira (26/6), serão ouvidos representantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Estiveram presentes os deputados Arthur do Val, Carla Morando, Caio França, Carlos Giannazi, Daniel José, Douglas Garcia, Valéria Bolsonaro e Wellington Moura.