A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta segunda-feira (21), a segunda edição do festival "Eu faço flashback", evento voltado para o incentivo de coletivos de música e dança. A celebração foi promovida pelo SOS Racismo, serviço do Legislativo voltado ao combate à discriminação racial, e contou com o apoio do deputado Teonilio Barba (PT).

O flashback tem fortes influências da disco music, da black music e do hip-hop. O festival contou com apresentações de DJs e coletivos de dança na área externa do auditório Paulo Kobayashi, seguida por uma cerimônia de premiação e homenagens aos artistas presentes.

Coordenadora do SOS Racismo e uma das organizadoras do evento, Iara Bento lembrou que, além da preservação da memória cultural, o festival cumpriu a função de discutir política. "A gente consegue dizer que é possível discutir política com mais alegria e leveza, sem perder a importância daquilo que é essencial para a população, que é a construção de políticas públicas", afirmou.

Homenagem

O "Eu faço flashback" também contou com uma homenagem a Wanderson Sabotinha e Tamires, filhos do falecido rapper Sabotage. Presente ao evento, Sabotinha agradeceu a Alesp pela oportunidade e afirmou que o legado do pai permanece vivo. "Tá sendo muito legal, porque atrai a criançada, os jovens, o pessoal da escola pública e das faculdades", comentou ele.

Mauro Mateus dos Santos, mais conhecido pelo nome artístico de Sabotage, foi um rapper, cantor e compositor paulista assassinado em 2003. O músico se destacou nacionalmente com suas rimas que tratavam de conscientização, combate ao racismo e exclusão social. No mês de outubro, o artista foi homenageado pela Assembleia com uma exposição de grafites. Iara Bento, presente na mesa do Auditório, ressaltou a importância de sua memória.

"Eu quero sonhar e continuo sonhando - e tenho certeza que o Sabotinha também sonha com isso - que ninguém mais seja discriminado pela cor da sua pele", enfatizou Iara.

Ocupando espaços

Morador de Campinas, Nadyr Calvi é músico e, desde a década de 1980, viaja pelo país promovendo bailes de flashback. Ele foi um dos convidados para estar presente no festival e demonstrou a sua felicidade por estar trazendo o movimento do qual faz parte para dentro da Assembleia Legislativa.

"É a cultura da música e da dança que está presente e isso é excepcional porque envolve família, história e a memória da cidade", afirmou.

Arte

O artista Dener de Souza, que já realizou outros trabalhos para a Alesp, foi um dos convidados para pintar um quadro enquanto a cerimônia acontecia. O desafio era representar um baile de flashback. "Pintar ao vivo assim é sempre algo que dá um frio na barriga, sempre é como entrar em cena no palco, mas a gente consegue desenvolver bacana e colocar em prática nossas ideias", disse o artista.

E o seu trabalho não se resumiu a uma noite. Agora, a obra realizada por Souza também é o mais novo item do acervo artístico da Alesp.

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