A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta terça-feira (7), uma Audiência Pública com a proposta de debater uma educação especial mais inclusiva na rede pública de ensino. A deputada e coordenadora do evento, Professora Bebel (PT), convocou o debate como uma maneira de pautar o Governo e a população sobre a situação precária da assistência para pessoas com deficiência (PCDs) na educação pública estadual. Durante o evento, foram abordadas diversas demandas acerca da inclusão na educação pública estadual. Dentre elas, os cortes feitos no setor da Educação foram criticados pela deputada, que pontuou: "Tem que investir ao invés de tirar 5% da Educação. Isso dá R$ 10 bilhões. Invista nas várias modalidades da Educação". O deputado Paulo Fiorilo (PT) também participou do encontro e ressaltou o compromisso com a causa. "Nós vamos continuar brigando para que o Estado dê todas as condições para atender todas crianças, sem discriminação. Que elas sejam incluídas e tenham respeitados os seus direitos", disse o parlamentar. Apoio Fernanda Galindo Araújo é mãe de Alex, um jovem com distrofia muscular de Duchenne. Faz algumas semanas que seu filho conquistou acesso a uma acompanhante na universidade onde estuda. Fernanda destacou a necessidade desse tipo de apoio. "A ideia de ter um atendente pessoal na escola é muito importante para que a criança tenha um desenvolvimento pleno, para que ela desenvolva autonomia, para que ela tenha socialização com outras pessoas na escola", comentou. Fernanda também pontuou que a presença desses profissionais é fundamental, pois permite aos pais ou cuidadores tempo hábil para exercer outras funções. "Eu estava 24 horas por dia, sete dias por semana, cuidando dele. Não tinha tempo de trabalhar, estudar ou cuidar de mim", lembrou Fernanda. "Isso teve um impacto enorme em nossas vidas", acrescentou. Práxis Durante o evento, foram ouvidas diversas pessoas envolvidas no tema, especialistas, PCDs, dentre elas a professora e doutora Beatriz Crittelli que, referenciando Paulo Freire, enfatizou a importância tanto da teoria quanto da prática em busca de direitos relacionados à inclusão social. "Se a gente ficar só na prática vai ser um mero ativismo, se ficar só na teoria será um mero blá blá blá. Para que juntos possamos criar essas conexões é preciso nos aprofundar, cada vez mais, para sermos pessoas transformadoras dessa realidade", opinou Beatriz. O evento foi realizado no auditório Teotônio Vilela, na Alesp. Além dos participantes citados acima, também compuseram a mesa Cristina Daniel, pós-graduada em gestão pública pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), e Adriana Guimarães, diretora da Asturba, bióloga e pedagoga. Confira mais fotos da audiência: Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp: