Parlamentares da Alesp prometem aprimorar texto do projeto de recomposição salarial das polícias

Tema foi abordado durante sessão ordinária desta quarta-feira (3), que também registrou pronunciamentos sobre paralisação de agentes da Fundação Casa e outros assuntos
03/05/2023 19:29 | Sessão | Fábio Gallacci - Fotos: Rodrigo Romeo

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Sessão ordinária no Plenário da Casa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg299814.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputado Capitão Telhada<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg299815.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputada Thainara Faria<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg299816.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputada Andréa Werner<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg299817.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Após receberem o projeto de lei que propõe a recomposição salarial de policiais militares e civis, entregue pessoalmente pelo governador Tarcísio de Freitas esta semana, os parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo prometem trabalhar pelo aprimoramento de seu texto. Este foi um dos temas da sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (3) no Plenário da Casa.

A operação da Polícia Federal deflagrada pela manhã da mesma quarta-feira, que teve o ex-presidente da República Jair Bolsonaro como principal alvo, e a Audiência Pública com os trabalhadores em greve da Fundação Casa também tiveram destaque nos pronunciamentos.

Os discursos

O primeiro a ocupar a tribuna foi o Capitão Telhada (PP). Policial militar, ele abriu os trabalhos repercutindo as impressões que recebeu dos colegas de farda sobre o projeto de recomposição salarial. Entre vários pontos abordados, Telhada referiu-se aos 10,5% de imposto de contribuição previdenciária sobre a totalidade dos vencimentos das categorias, apontando isso como uma preocupação que precisa ser discutida. "Já estamos nos organizando aqui no Legislativo para apresentar algo concreto, para que tenhamos uma recomposição real. Nós temos o valor de R$ 5 bilhões para trabalhar. Vamos ver se podemos melhorar essa proposta", disse ele.

Reis (PT), ex-policial militar que agora integra a Polícia Civil, também abordou o assunto. Ele ressaltou as recomposições diferenciadas entre as categorias profissionais contidas no projeto. O parlamentar também destacou a preocupação com o ganho real, uma vez que o imposto previsto pode fazer com que não haja vantagem líquida. "Nós precisamos tirar isso do texto para não prejudicar, principalmente, os militares aposentados. Além disso, no caso da Polícia Civil, o aumento que foi dado trouxe uma distância ainda maior entre a base e a cúpula", apontou Reis.

Fundação Casa

O deputado Cortez pediu a inclusão dos policiais penais e dos funcionários da Fundação Casa no pacote de recomposição salarial apresentado pelo Executivo esta semana. Ele lembrou que os servidores da Fundação Casa tiveram uma recomposição de 5,75%, o que levou a uma paralisação da categoria. Para o parlamentar, a falta de atenção a esses profissionais leva a mais precarização. "Nós, da bancada do PSOL, vamos apoiar qualquer medida para melhorar as condições de trabalho dos servidores públicos", afirmou.

O tema também foi mencionado pela Professora Bebel (PT) e pelo colega Carlos Giannazi (PSOL). Ambos deixaram claro o seu apoio ao movimento de paralisação e cobraram uma maior atenção aos trabalhadores por parte do Governo.

Operação

As deputadas Thainara Faria e Beth Sahão, do PT, e os colegas Paula da Bancada Feminista e Guilherme Cortez, do PSOL, usaram seus espaços para repercutir a operação da Polícia Federal que teve Bolsonaro e pessoas ligadas diretamente ao ex-presidente da República como alvo. Bolsonaro teria, supostamente, adulterado sua carteira da vacinação contra a covid-19 para entrar nos Estados Unidos.

"É muito grave o que aconteceu. Temos vários crimes que foram praticados", afirmou Beth. "Foi ele o responsável pelas 700 mil mortes das vítimas da covid no Brasil e também pelo aumento da fome e do desemprego. Felizmente, o Brasil está mudando. Daqui pra frente, é sem anistia para golpistas em São Paulo e no País", reforçou Paula.

Planos de saúde

A deputada Andréa Werner (PSB) trouxe o drama das famílias que foram surpreendidas recentemente com o cancelamento de seus planos de saúde por uma estratégia de mercado da empresa. São famílias com pessoas com deficiência, doenças raras e em tratamento contra o câncer. "Pessoas que precisam desses tratamentos para continuar vivendo receberam um e-mail de um plano de saúde e tiveram a informação de que os seus contratos foram cancelados. Eu gostaria de saber o que a Abramge [Associação Brasileira de Planos de Saúde] pensa disso", comentou Andréa.

A parlamentar mencionou o dinheiro gasto por empresas de planos de saúde com lobby para defender seus interesses. "Gastam com voucher de desconto para aluguel de lancha, hospedagem em resorts cinco estrelas e shows. Mas o dinheiro que você pagou todos os meses com muito sacrifício, cumprindo ali o seu compromisso com o coletivo, não tem mais valor no momento em que eles decidem que você não vai dar lucro. A empatia está linda no Instagram, mas no mundo real ela não vale nada", protestou.


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