A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, na tarde desta terça-feira (25), a Audiência Pública sobre a Conscientização da Doença de Parkinson. O evento ocorreu em prol do Projeto de Lei 230/2022, de autoria do ex-deputado Ricardo Izar e dedicado à elaboração de ações educativas de conscientização, divulgação e tratamento doença, além de buscar instituir, com o mesmo objetivo, a campanha "Abril Tulipa Vermelha". A cerimônia foi solicitada pelos deputados Thiago Auricchio(PL) e Edna Macedo (Republicanos), com apoio da instituição "Vibrar com Parkinson".

No centro da Mesa Diretora do evento, estava Danielle Lanzer, que vive com a doença e é líder do Vibrar com Parkinson. "Meu propósito hoje é falar de seres humanos, de vidas impactadas por uma doença grave e sem cura. O Parkinson não mata fisicamente, mas impacta na saúde mental, emocional e espiritual desde o diagnóstico", pontuou.

O restante da Mesa foi composto por Marcelo Silva, vereador no município de Campinas; Manoel Jacobson, neurocirurgião do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina da USP; Henrique Ballalai Ferraz, neurologista especializado na doença de Parkinson; Cléber Duarte, neurocirurgião no HC de São Paulo; Sandra Muncinelli, representante do Vibrar com Parkinson em Santa Catarina; e Leandro Teles, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Todos foram homenageados ao longo da cerimônia.

Conscientização e Soluções

Para abrir o evento, foi convidado à audiência Ricardo Izar, ex-deputado da Alesp e autor do PL 230/2022. "Conseguimos várias conquistas na luta pela conscientização, como o acesso a remédios para uma faixa etária mais jovem. O Parkinson não é apenas um tremor, é uma doença complexa e precisamos instruir a sociedade e a família para fazer a vida do parkinsoniano melhor", destacou o parlamentar, sobre a importância da conscientização acerca da doença.

Nesse tema, o vereador Marcelo Silva destacou a importância das ações no nível municipal. "Esse projeto é importante visando à conscientização dos familiares, com o intuito de levar políticas públicas que melhorem a vida das pessoas. Cabe a nós, políticos, agir em prol da população", disse.

Leandro Telles alertou sobre as desinformações que circulam acerca da condição, mesmo se tratando da segunda doença degenerativa mais comum do Brasil, apenas atrás do Alzheimer. "Temos que educar a população sobre o que é e principalmente o que não é a doença de Parkinson, desfazendo os preconceitos que cercam a situação", apelou o neurologista.

Para Telles, o melhor remédio para os problemas que cercam os pacientes de Parkinson é a informação. "Cabe a nós levar aos médicos a verdade sobre a doença, que conta com diversos sintomas que podem ser tratados além do tremor", concluiu.

Henrique Ballalai e Manoel Jacobson, por fim, também se mostraram contrários à disseminação de informações incompletas ou erradas sobre Parkinson, bem como celebraram a realização do evento e a estrutura de Saúde do Estado de São Paulo.

"Este ato solene e as ações do Vibrar com Parkinson ajudam demais os pacientes de forma fundamental a se informarem", destacou Ballalai. "Temos a sorte de morar no Estado de São Paulo, onde há equipamentos hospitalares de qualidade e uma assistência pública fantástica, além de pesquisas relevantes na área clínica e cirúrgica", finalizou Jacobson.