Emergência Climática, Ecossocialismo e os Desafios da Humanidade pautam debate na Alesp

Os professores Michael Löwy e Luiz Marques alertaram sobre as causas do problema global e apontaram caminhos
26/09/2023 18:46 | Debate | Jaqueline Fervolli | Foto: Larissa Navarro

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Foi realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (25), um debate sobre a Emergência Climática, Ecossocialismo e os Desafios da Humanidade. Solicitado pela deputada Monica Seixas do Movimento das Pretas (Psol), o encontro contou com a presença do deputado Guilherme Cortez (Psol), do professor Michael Löwy, uma das grandes referências em ecossocialismo, e Luiz Marques, professor de História da Unicamp.

O professor Michael Löwy destacou sua alegria em estar pela primeira vez na Assembleia Legislativa e iniciou sua fala lembrando Antonio Gramsci: "O Gramsci dizia uma coisa que é muito justa: o revolucionário deve ser capaz de combinar o pessimismo da razão com o otimismo da vontade", disse.

O primeiro capítulo da intervenção de sua autoria sobre o clima se chama "Pessimismo da razão", no qual ele estuda a crise ambiental. "Sua manifestação mais visível é, obviamente, a mudança climática, mas não é a única", acrescentou.

O especialista trouxe para o debate o aumento da temperatura, tão evidente nos dias atuais, realidade que ocasiona também o aumento do número de incêndios nas florestas.

Paralelo a isso, Löwy enfatizou reflexos também na crise hídrica, problemas como com a falta do recurso natural, cenário que viveu o Uruguai recentemente, e o aumento do nível do mar, que pode deixar cidades como Rio de Janeiro, Xangai, Amsterdã e Veneza debaixo d?água.

"Seria interessantes perguntar aos capitalistas que dizem que resolver os problemas ecológicos fica muito caro: quanto custam essas cidades?." Ele também advertiu para a continuidade do "Business as usual", do ponto de vista econômico, e suas consequências graves para o planeta.

De quem é a culpa?

O professor Michael Löwy explicou que essa crise ambiental começou na Revolução Industrial, mas se agravou no processo de globalização neoliberal nas últimas décadas. "Por isso que nós dizemos que o culpado não é o homem em geral, mas é um certo modo de organização econômico, social e político". E acrescenta: "Esse sistema, ele tem um nome: capitalismo".

Löwy alerta para a mudança necessária e urgente. "Todos nós somos passageiros de um trem suicida, e esse trem se chama civilização capitalista industrial moderna".

Ele salientou a importância do ecossocialismo como uma revolução no modo de viver, proposta para "parar o trem", convergindo as lutas sociais e ecológicas. Neste sentido, também frisou no Brasil a luta pela Amazônia.

Brasil e ecossocialismo

Luiz Marques reforçou o debate e falou sobre as emissões no Brasil, que, segundo ele, tem mais gado bovino que gente, sendo 224 milhões de cabeças de gado para 210 milhões de pessoas. "A pecuária é responsável por 80% do desmatamento da Amazônia", informou.

O ambientalista sugeriu estimular os movimentos sociais, como o ecossocialismo, através da comunicação.

"Uma esquerda que não entender a centralização da luta ambiental, do ecossocialismo e da luta contra as mudanças climáticas é uma esquerda que não tem futuro", acrescentou o deputado Guilherme Cortez em seu tempo de fala. O parlamentar cobrou urgência e centralização do tema nas ações de políticas públicas.

Sabesp

A deputada Monica Seixas falou da importância de discutir a pauta ambiental e mostrou preocupação sobre possível privatização da Sabesp. "Água não é mercadoria", ressaltou.

A deputada também considerou que a decisão do governo em privatizar é negacionista. "Em nenhum lugar do mundo deu certo, não aumento a qualidade, não aumentou a oferta, cai a qualidade e cai o serviço". O encarecimento do serviço também foi um dos pontos levantados. A parlamentar reforçou a luta revolucionária contra a medida.

O evento contou com a participação de simpatizantes do tema de maneira presencial e on-line.

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