Audiência na Alesp amplia debate sobre substituição de material didático nas escolas públicas

Governo do Estado apresentou proposta de substituir livros didáticos físicos por material digital e impresso a partir do ano que vem
14/08/2023 19:56 | Educação | Fábio Gallacci - Fotos: Larissa Navarro

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Audiência Pública Livros Didáticos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2023/fg306814.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência Pública Livros Didáticos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2023/fg306815.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência Pública Livros Didáticos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2023/fg306816.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta segunda-feira (14), a Audiência Pública "Livro Didático: Pluralidade e Liberdade de Ler e Aprender". Organizado pela deputada Professora Bebel (PT) - com a participação do colega Eduardo Suplicy (PT) e Sirlene Maciel, integrante da Bancada Feminista do PSOL -, o evento reuniu diversos representantes da área educacional paulista e debateu o recente anúncio do Executivo de substituir os livros didáticos físicos por material 100% digital. Recentemente, contudo, o governador Tarcísio de Freitas reformulou a proposta garantindo que o Estado irá imprimir e encadernar o novo material que será distribuído.

Todo o material físico que vinha sendo distribuído é proveniente do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), do Ministério da Educação. O programa existe há 85 anos no Brasil e costuma atender a todos os estados. Para o próximo ano, porém, São Paulo decidiu adotar uma nova abordagem. Para o grupo presente à audiência, o material digital não deve nunca excluir o material físico. Pelo contrário, é algo que deveria ser implementado para fortalecer o tradicional aprendizado em sala de aula.

Marca

"Estou aqui para resolver. E se resolver significa colocar livro na mão dos estudantes, essa será a grande marca que vamos deixar deste movimento que estamos fazendo", afirmou Bebel, ao abrir o debate. "Muitas crianças e jovens têm o seu primeiro contato com o livro na escola. Nós que somos professores, e as famílias em geral, sabem o quanto é difícil ter a atenção de uma criança ou adolescente diante dos que são hoje os meios digitais. Esse projeto do Governo do Estado quer jogar nossas crianças e jovens na mais pura ignorância", acrescentou Sirlene, da Bancada Feminina.

Avaliação minuciosa

O evento também contou com a participação online de Raphaella Rosinha Cantarino, coordenadora de avaliação pedagógica de livros didáticos do MEC. Ela detalhou como é feita a análise de todo o material que é distribuído pelo PNLD. "É algo extremamente minucioso. Recebemos muitos livros dentro dos nossos editais e as equipes que fazem a avaliação são formadas, em sua maioria, por professores mestres e doutores que trabalham com muito afinco para que a qualidade dos livros seja sempre respeitada, para que tenhamos materiais robustos, com temas abrangentes. É bom lembrar que a política de livros didáticos do Brasil é considerada uma das maiores do mundo em termos de volume e efetividade, avaliação e distribuição", comentou ela. "Nós trabalhamos aqui com 200 pessoas ou mais, dependendo da quantidade de livros que são analisados, para que a gente saiba exatamente o trabalho que está sendo desenvolvido, a qualidade do material que vai chegar para os alunos e, principalmente, para que os professores possam ter possibilidade de escolha do material que será utilizado", completou Raphaella.

alesp