Últimos meses

Eu encontrei a Assembleia exatamente como eu imaginava, um lugar onde eu pudesse fazer a diferença. Essa tem sido a minha batalha de todos os dias e é isso que o povo espera de mim. Não comecei muito bem, já fui bombardeada no primeiro dia de votação por conta da minha opção para a presidência da Casa, mas fiz o melhor pensando no macro e não me arrependo dessas escolhas. Hoje sou membro de duas comissões importantes, a de Direitos Humanos e a de Segurança Pública, algo muito importante para todo o meu trabalho e para os meus sonhos de executar o que pretendo para o povo. Mas todos os dias vivo uma experiência nova e aprendo com o regimento, com o colégio de líderes e com todo o processo legislativo. Sinto que esses primeiros meses foram realmente de adaptação, muitas divergências políticas, muita gente nova com pensamentos diferentes, com dificuldades de diálogo, principalmente os líderes. Mas já senti na volta do recesso um clima mais ameno, um clima de "vamos para a frente", vamos trabalhar. Estou com muita expectativa de que as coisas comecem a mudar e engrenar. Apesar dos meses que já se passaram ainda não caiu a ficha de que eu sou uma deputada, eu continuo me vendo como alguém do povo e para o povo. Não fui contaminada por esse glamour que tanto falam.

Projetos, legado e futuro

Nós temos em andamento o nosso acautelamento de armas para os Agentes de Segurança Penitenciária, que pretende não apenas a defesa desses agentes em face de criminosos que possam atentar contra a sua vida, mas também reflete em economia para o governo, já que o agente detentor da acautela da arma de fogo de propriedade do Estado seria responsável pela manutenção, guarda e cuidados com o armamento, sendo responsabilizado, inclusive financeiramente, por qualquer evento que cause danos ou extravio da arma. Criamos também a Frente Parlamentar em relação ao suicídio de policiais e profissionais de segurança pública e fizemos um manifesto ao Palácio do Governo, um pedido de socorro para a categoria da segurança pública. Sei que sou parlamentar por conta da causa que envolve a segurança, mas já abrimos o nosso gabinete para outras causas importantes, como a dos maus tratos aos animais, a questão social, principalmente relacionada ao autismo, uma área que eu gostava muito, mas acabei apaixonada. O parlamento nos dá a chance de ajudar muitas pessoas e isso tem me fascinado muito.

Inspiração e referências

O ícone é Jesus, o maior político de todos, um exemplo. Quando a gente lembra das coisas que ele já fez, só tem que agradecer. Uma outra inspiração para mim é o ex-vereador de Campinas, Fancisco Sellin. Um grande homem e que não precisa se vender para ser um grande político e a voz do povo. Ele acreditou em mim na época que eu comecei a lutar pelos direitos dos profissionais de segurança pública. Hoje tem 80 anos e uma grande história: foi duas vezes presidente da Câmara Municipal e vereador por oito mandatos. Foi o político de Campinas que mais urbanizou as favelas e que mais investiu na iluminação pública e na infraestrutura para os menos favorecidos.

Outra grande inspiração de vida é o meu pai, que desde que eu me conheço por gente dizia que eu seria senadora. E eu perguntava: - Por que senadora? Ele respondia que eu devia pensar grande e ajudar quem mais precisa de cima para baixo. Sempre foi uma pessoa que me incentivou a brigar pelos outros, a não aceitar o não como resposta, a ter muito humanismo, buscar respostas onde não tinha e tentar através da conversa e de atitudes convencer as autoridades pelo bem das pessoas. E é isso, porque afinal, sempre tem alguém que precisa de você, e você não precisa ser político para ajudar, mas o político tem a obrigação de fazer mais. Eu não imaginava estar na política, mas estou apaixonada pelo ofício e disposta a trabalhar muito.