FuncionAL - Com vocês, Marcinho


15/04/2019 14:12 | Entrevista | Da Redação - Fotos: Carol Jacob

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Márcio Marques<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2019/fg232579.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Márcio Marques<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2019/fg232580.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Márcio Marques<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2019/fg232581.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Márcio Marques<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2019/fg232582.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Para além de tijolos e concreto, um lugar se estabe­lece a partir das pessoas que escrevem sua história. É sob a perspectiva do indivíduo, suas experiências e marcas, que esse espaço se reconhece e se redimensiona, dando contorno a universos particulares e coletivos. E permitindo que seus traços arquitetônicos se misturem às contradi­ções e vivências daqueles que o ocupam.

Nesse imaginário coletivo, nem sempre é possível dizer onde começa um e acaba o outro. A história da Assembleia é, portanto, a história das pessoas que por aqui passaram. Que aqui ainda estão. Nada mais legítimo, que a Casa do Povo tenha suas linhas escritas por sua gente.

Por isso, a Assembleia Legisla­tiva de São Paulo traz um espaço destinado aos seus perso­nagens. Às pessoas que contribuíram por meio de seu trabalho e que, por que não dizer, foram fundamentais na construção do maior Legislativo do País.

Sejam bem-vindos à Funcional!

Aos 54 anos, Márcio Marques faz uma retrospectiva dos seus 33 anos de Assembleia. Uma história em que vida pessoal, profissional e escolhas se misturaram e definiram um caminho bem diferente daquele que, ainda menino, sonhava " porém não menos interessante e completo.

Filho de família de classe média, ele passava os finais de semana entre as praias de Florianópolis, ou, nas épocas mais frias, entre brincadeiras pitorescas com crianças do prédio onde morava. A infância feliz passou e, com 21 anos, Marcinho cursava publicidade e estagiava na área, dedicando-se cada vez mais a sua futura carreira.

Nessa época, seu coração já batia por Rosana, namorada desde os tempos do colégio e com quem viria a se casar anos mais tarde. As dificuldades financeiras enfrentadas pela família de Rosana fizeram com que ele tomasse uma resolução importante e que definiria seu futuro. "Ela resolveu prestar concurso público e me pediu para acompanhá-la no processo. Eu dizia que não queria ser servidor, mas fiz a prova para dar uma força e acompanhá-la", conta.

A concorrência era alta e Marcinho não acreditava que fosse passar. Mas o destino o surpreendeu. "Eu passei na prova e ela não! O cargo era de auxiliar de portaria, uma espécie de office boy interno. Não tinha nada a ver com a minha formação ou com minhas aspirações profissionais", relembra.

Seu pai, José Alcides, o alertou de que assumir o cargo poderia ser interessante, já que o salário poderia ajudar a pagar a faculdade de Rosana. Finalmente convencido, ele se apresentou ao trabalho. Três anos após assumir o cargo já estava formado, Rosana já tinha arrumado emprego e ele achava que já era hora de sair de vez da Alesp.

No entanto, outra armadilha do destino o surpreendeu. "Na época houve um concurso de "transposição de cargo", que era uma possibilidade de os efetivos da Casa ascenderem de cargo. Fiz a prova e passei a ocupar a vaga de auxiliar administrativo (atual técnico legislativo), que é meu cargo até hoje."

A essa altura, ele optou por seguir carreira e atuar de uma nova maneira: sua ideia era usar técnicas de marketing como se cada pessoa dentro da Alesp fosse um cliente " e deu certo. "Em 1993, fui trabalhar na área parlamentar e, na mesma época, fiz minha extensão universitária em Atendimento ao Cliente, na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), além de um curso de Jornalismo Empresarial", conta.

Depois, trabalhou como chefe de sessão na segunda vice-presidência. Nesse momento, já estava casado e Rosana esperava a primeira filha do casal. "Trabalhava com redação, redigia proposituras, moções, indicações e algumas justificativas de projetos de lei. Além disso, cuidava de toda a parte administrativa e produzia um jornalzinho com as atividades do deputado", conta.

Em 1997, Marcinho voltou a trabalhar na parte admistrativa da Casa. "Tinha acabado de haver uma reforma e o Departamento Administrativo foi transformado em Serviços Gerais". Foi então convidado pelo novo diretor para assumir a coordenação do Serviço de Atendimento Geral, que controla copa, limpeza, ascensoristas (que existiam na época) e recepcionistas. Ficou no setor por cinco anos.

Premiando seu esforço e em reconhecimento às inovações implantadas, em 2002 Marcinho foi convidado a assumir a gestão da Divisão de Administração e Manutenção do prédio, onde trabalhou por 10 anos. Sob seu comando estavam a engenharia e manutenção, a fotomicrografia e a telefonia.

Márcio conta que, junto com a equipe de trabalho, desenvolveu um programa de controle de estoque. Os serviços realizados eram computados e acompanhados pela equipe, assim como todo o material utilizado. Isso fez com que conseguisse dar um retorno individualizado aos usuários (gabinetes e unidades administrativas), personalizando o atendimento.

Enfim, ele unia os elos que sempre buscou. "A grande sacada era desenvolver o trabalho, envolvendo pessoas e dando visibilidade ao setor. Todos sabiam que podiam resolver dúvidas e problemas conosco, e quem eram os responsáveis pelo serviço. Comunicação, marketing, enfim... era o que eu gostava de fazer sendo incorporado àquilo que precisava fazer."

Marcinho trabalha há seis anos na setor de comunicação social da Casa. Ele afirma que preza por prestar atendimento às pessoas e que se sente realizado.

Sua história funcional mescla-se com as paixões que descobriu no caminho. Viagens e livros são os companheiros de sua jornada pessoal, que nutrem também as veias profissionais, intrincando personagens e memórias catalogadas em suas trilhas aventureiras.

E foi assim, um pouco pela saudade da infância tanto urbana quanto à beira do mar, e muito pelo interesse na cultura da gente que vive nas capitais brasileiras litorâneas, que resolveu conhecer de perto cada uma delas. Ele conta que o difícil seria escolher, por isso optou por visitar todas.

É claro que isso exigia um planejamento detalhado, considerando distâncias, meios de transporte, hospedagem, alimentação e principalmente tempo: o prazo era apertado para realizar o percurso entre as 11 cidades.

Por fim, foram 35 dias registrados em seus diários, que acabaram por render o livro "Um Relato de Viagem " praias capitais". Fruto de um projeto pessoal bem-sucedido, certamente é motivador para quem lê.

A revisora da obra foi sua filha Letícia, hoje com 23 anos e formada em letras pela Unesp, sempre uma grande incentivadora das viagens e da escrita. "Ela revisou quase todo o texto do livro. Sempre que pode, me acompanha nas minhas andanças pelo mundo, durante as nossas férias. É uma grande companheira!", derrete-se.

Ao olhar o caminho percorrido, ele avalia: "O que há e o que fica de mais importante é minha família, meus amigos e os colegas que admiro e que me respeitam. E ao andar pelas diferentes cidades e ruas, encontro a mim mesmo e um pouco da Assembleia também. Já encontrei colegas da Casa em João Pessoa, por exemplo, e já encontrei um ex-motorista do deputado sendo segurança de uma pousada em Natal. Minha filha sempre fala quando vou viajar: "Quem será que você vai encontrar dessa vez?"", sorri.


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