Comissão da Verdade ouve depoimentos sobre Sonia Angel Jones e Antonio Carlos Lana

Os casos de Sonia Maria Lopes de Moraes Angel Jones e Antonio Carlos Bicalho Lana foram abordados na audiência da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva nesta terça-feira, 21/5. Ambos, que militavam na Aliança Libertadora Nacional (ALN), foram mortos pela repressão em novembro de 1973. O deputado Adriano Diogo (PT), presidente da comissão e Suzana Lisboa, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), falam sobre o caso do casal assassinado pela ditadura militar.
22/05/2013 11:19

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A trajetória do casal foi descrita por Suzana Keniger Lisboa, relatora do caso na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). Sonia vivia no Rio de Janeiro quando foi presa, em maio de 1969. Julgada em agosto do mesmo ano, foi absolvida e libertada. Na ocasião seu pai, João Luiz Moraes, que era coronel do Exército, foi avisado de que a vida de Sonia correria risco se ele fosse presa novamente. Por isso, Sonia partiu para o exílio na França, em maio de 1970. Mas, com a prisão e desaparecimento de seu marido, Stuart Angel, dirigente do MR-8, decidiu voltar ao Brasil via Chile, em 1973, para retomar a luta de resistência contra a ditadura. Passou a morar com Antonio Carlos Bicalho Lana em São Vicente. Ambos foram presos em Santos em novembro daquele ano. A versão divulgada foi a de que ambos teriam morrido em confronto com a polícia. Há relatos de que a prisão deu-se com base em uma das cerca de vinte delações de João Henrique Ferreira de Carvalho, o Jota, que desestruturaram toda a ALN. Suzana Lisboa relatou a luta da família de Sonia primeiramente para protegê-la, e, depois de sua morte, pelo restabelecimento da verdade. Também citou o desencanto de seu pai João Luiz Moraes com o Exército. Ambos tornaram-se militantes do movimento dos familiares de mortos e desaparecidos políticos. Em agosto de 1991, finalmente ambos foram enterrados em suas cidades natais: Sonia no Rio de Janeiro, e Antonio Carlos Bicalho Lana em Ouro Preto (MG). Ambos receberam diversas homenagens póstumas.

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