A trajetória do casal foi descrita por Suzana Keniger Lisboa, relatora do caso na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). Sonia vivia no Rio de Janeiro quando foi presa, em maio de 1969. Julgada em agosto do mesmo ano, foi absolvida e libertada. Na ocasião seu pai, João Luiz Moraes, que era coronel do Exército, foi avisado de que a vida de Sonia correria risco se ele fosse presa novamente. Por isso, Sonia partiu para o exílio na França, em maio de 1970. Mas, com a prisão e desaparecimento de seu marido, Stuart Angel, dirigente do MR-8, decidiu voltar ao Brasil via Chile, em 1973, para retomar a luta de resistência contra a ditadura. Passou a morar com Antonio Carlos Bicalho Lana em São Vicente. Ambos foram presos em Santos em novembro daquele ano. A versão divulgada foi a de que ambos teriam morrido em confronto com a polícia. Há relatos de que a prisão deu-se com base em uma das cerca de vinte delações de João Henrique Ferreira de Carvalho, o Jota, que desestruturaram toda a ALN. Suzana Lisboa relatou a luta da família de Sonia primeiramente para protegê-la, e, depois de sua morte, pelo restabelecimento da verdade. Também citou o desencanto de seu pai João Luiz Moraes com o Exército. Ambos tornaram-se militantes do movimento dos familiares de mortos e desaparecidos políticos. Em agosto de 1991, finalmente ambos foram enterrados em suas cidades natais: Sonia no Rio de Janeiro, e Antonio Carlos Bicalho Lana em Ouro Preto (MG). Ambos receberam diversas homenagens póstumas.