Medir a riqueza de um povo vai muito além da situação econômica ou importância geopolítica. Muitas vezes, sons e bagagem cultural também podem dimensionar a história e a força de uma nação. Jobins, Cartolas, Adonirans, Manos Brown, Bethânias, Maias, Miltons e Caetanos. O Brasil é riquíssimo. No objetivo de valorizar e contribuir para a preservação dessa inesgotável fonte de talento, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou a Lei 14.507/11, que institui o 23 de abril como o "Dia Estadual da MPB - Música Popular Brasileira".

A legislação nasceu de um projeto de lei de autoria do deputado Carlos Giannazi (Psol), que é músico com direito a disco lançado. A data marca também o aniversário de um pilar da cultura nacional, o flautista, saxofonista, compositor, arranjador e professor Alfredo da Rocha Vianna Filho, mundialmente conhecido como Pixinguinha, responsável por obras-primas do estilo musical chorinho.

"A música brasileira é o carro-chefe da nossa cultura, tanto aqui como no Exterior, com múltiplas manifestações e talentos nacionais que brotam a todo instante. Por essa razão, registrar um dia no Calendário Oficial para que possamos comemorar e reverenciar a música popular brasileira é uma das iniciativas mais interessantes no panorama da Cultura", justificou Giannazi, na ocasião da apresentação do projeto.

Músicos de todas as partes do Brasil que se apresentam pelas cidades paulistas, levando sua arte aos mais diversos espaços, apontam a importância de se pensar na Cultura com seriedade e empenho. "A música reflete a identidade de uma comunidade, de uma cidade, uma região, de um estado e de um país. E a MPB, como diz o significado, Música Popular Brasileira, tem a importância de resgatar e manter essa identidade", afirma o músico mineiro Clayton Roma, que vive em Campinas.

"Música brasileira é patrimônio da humanidade e contribui ideologicamente de forma definitiva", acrescenta a cantora Adriana Moreira, que atua na Capital e em diversos outros locais onde o samba pede passagem.

Envolvimento

Em sua agenda anual, a Alesp tem um envolvimento significativo com os mais variados estilos musicais, tanto em atividades legislativas quanto em eventos culturais. Entre outras atividades, a Casa instituiu o "Prêmio Inezita Barroso" - que completaria 100 anos no último mês de março - para reconhecer personalidades da música caipira, por exemplo. Além disso, também realiza eventos como a "Semana de Talentos", onde apresentações musicais são destaque.

Em sua história, o Parlamento Paulista já recebeu inúmeras estrelas da música. Vinicius de Moraes, que também era diplomata, Tom Jobim, Gilberto Gil, Peri Ribeiro e Herivelto Martins são alguns exemplos marcantes. No ano passado, o violonista Renato Braz recebeu o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, a maior comenda da Alesp.

Em dezembro de 2023, a Casa homenageou o rapper, cantor e compositor Emicida também com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo. Na Sessão Solene realizada em sua homenagem, foi reconhecida a relevância do artista para a cultura paulista e brasileira.

Em agosto do ano passado, ocorreu o lançamento da primeira Frente Parlamentar do Funk na Assembleia, promovida pela deputada Ediane Maria (Psol). A cerimônia recebeu diversas personalidades ligadas ao gênero musical e nasceu com a missão de valorizar movimentos culturais historicamente marginalizados.

Dama

Vale ressaltar ainda a presença na Casa da deputada Leci Brandão (PCdoB), dama do samba que está no quarto mandato legislativo. Ela começou a carreira musical no início da década de 1970, tornando-se a primeira mulher a participar da ala de compositores da Estação Primeira de Mangueira, do Rio de Janeiro. Até o momento, já gravou mais de 20 álbuns.

E, assim, valorizando todas as formas de expressão abraçadas pela Música Popular Brasileira, a Alesp segue como parceira e incentivadora das identidades culturais paulista e nacional.