A represa Billings, um dos mais importantes reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo, completou 100 anos em 2025. Desafios e perspectivas para a garantia do corpo d'água foram temas de uma audiência pública sediada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo nesta quarta-feira (23).

Proposta pela deputada Marina Helou (Rede), coordenadora da Frente Parlamentar Ambientalista em Defesa das Águas e do Saneamento, a audiência reuniu especialistas e representantes do Governo e da sociedade civil para o debate sobre a sustentabilidade da represa.

"Este é um tema caro para todas as pessoas que se preocupam com a segurança hídrica, com nosso estado e com a vida. A Billings é um espaço vital para a manutenção da vida e que, hoje, está ameaçado", afirmou Marina Helou. "Temos que entender a história tão impactante que esta represa tem e entender o que está acontecendo agora para construir o futuro que a gente quer para a Billings", completou a parlamentar.

100 anos

A represa Billings foi construída em 1925, após autorização do Governo Federal para a exploração de rios para a produção de energia elétrica. Com o passar dos anos, o reservatório passou a atender novos interesses e, hoje, é peça fundamental para o abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo.

O corpo d?água banha seis municípios: Rio Grande da Serra, Diadema, Ribeirão Pires, Santos André, São Bernardo do Campo e São Paulo. Além do abastecimento, a represa mantém a função na geração de energia e, além disso, em algumas áreas também é utilizada pra transporte e lazer.

"Precisamos de consciência e responsabilidade para saber quais serão os próximos 100 anos que vamos construir. Consciência das nossas escolhas em relação às nossas águas, terras, moradia e políticas públicas", disse Marina Helou.

Desafios

Uma das palestrantes do encontro, a professora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), Marta Marcondes, comentou sobre sua pesquisa na Represa Billings. Durante a apresentação, a pesquisadora alertou para a qualidade da água e para a poluição do reservatório.

"Há dez anos eu faço incursões na Billings. O reservatório tem compartimentos e cada um deles tem uma característica. Temos áreas que não há fiscalização e, em dez anos, a mancha de poluição está avançando. O índice péssimo está avançando para áreas que antes eram só ruim", disse. Esses dados estão no relatório do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos), que analisou a qualidade da represa entre 2015 e 2025.

A preservação da vegetação do entorno da represa foi outro ponto de atenção destacado durante a audiência. Líder comunitário e presidente da organização ambientalista OekoBR, Wesley Silvestre abordou o comprometimento das florestas da região.

"A capacidade de produção de água está sendo comprometida porque estamos perdendo florestas. Segundo dossiê apresentado em 2019, foram 7 milhões de exemplares arbóreos que foram ao chão", denunciou Silvestre.

Assista à audiência, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

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