Em audiência, parlamentares da Alesp e da Câmara Federal discutem futuro da Unifesp Zona Leste
09/08/2024 18:39 | Ensino superior | João Pedro Barreto - Fotos: Larissa Navarro






A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, na noite desta quinta-feira (8), uma audiência pública para discutir o futuro do campus da Zona Leste da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Instalada há dez anos, a sede em Itaquera oferece apenas um curso, Geografia, e, agora, planeja os próximos passos após receber recursos do Governo Federal.
"É um tema muito sensível para o paulista. A formação de qualidade em universidades federais vai formar mais profissionais, que vai trazer mais desenvolvimento para o nosso estado", comentou a deputada Monica Seixas do Movimento Pretas (Psol). Apesar de acontecer na Alesp, a audiência foi solicitada pela deputada federal Sâmia Bomfim, colega de partido de Monica.
"Vamos pensar isso juntos, Governo Federal e Estadual. É um sonho de dez anos a ampliação e implementação de fato desse campus. Faz falta ensino superior público de qualidade, formação de mão-de-obra, ensino superior a estudantes e para o jovem preto periférico", complementou Monica.
Uma das organizadoras da audiência, a deputada Sâmia Bomfim definiu os recursos anunciados em junho pelo Governo Federal como um "primeiro passo" para a consolidação e implementação, de fato, do campus.
"A ideia é criar uma sistematização de cobranças junto ao Governo Federal. Queremos um calendário sobre o orçamento que se dispõe a implementar naquele campus. Ainda não temos um cronograma e quais são as áreas que serão atendidas prioritariamente por essas verbas do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", explicou a deputada.
O campus
Criado oficialmente em 2014, o campus da Zona Leste da Unifesp é o mais novo da Universidade que completa 30 anos em 2024. Entretanto, sua história começa muito antes disso. Desde a década de 1980, movimentos populares se mobilizavam e pediam pela criação de aparelhos públicos de Educação na região.
"Sem a unidade dos movimentos sociais não seria possível que chegássemos a esse momento tão aguardado de destinação de investimento. São dez anos do pacto institucional, mas o pacto social, o pacto de luta dos movimentos vem bem antes disso. Estamos celebrando essa institucionalidade, mas sempre lembrando que esses dez anos só foram possíveis por causa dessa luta dos movimentos sociais", comentou o estudante de Geografia do campus, Josias Lima.
Nesta década, foi decidido que o campus seria voltado para os problemas urbanos e teve cinco cursos aprovados: Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Sanitária, Arquitetura e Urbanismo, Administração Pública e Geografia. Mas, apenas este último foi implementado e é oferecido atualmente pela unidade.
"A verdade é que hoje o campus funciona através de destinação de emendas parlamentares. São os parlamentares que garantem, por exemplo, a possibilidade de bolsas e de adaptação dos espaços. A gente quer um campus funcionando integralmente, que tenha restaurante universitário, biblioteca, estrutura, mais salas de aula e que possa ampliar para outros cursos", disse Sâmia Bomfim.
Ao todo, o campus receberá R$ 110 milhões em 3 anos por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal. A sede, que hoje atende cerca de 280 estudantes, almeja abrigar mais de 2 mil alunos em oito cursos - Engenharia de Mobilidade e Transporte, Design e Turismo, além dos cinco já aprovados - depois das reformas e ampliações.
"Desde a criação do campus existe a solicitação de recursos e, agora, fomos contemplados após um pedido nosso. Em paralelo, temos um diálogo com o MEC [Ministério da Educação], porque o entendimento é que, com a infraestrutura, para implementar os cursos é necessário que tenha os docentes, técnicos e uma previsão de custeio para que os estudantes sejam atendidos em todas as suas dimensões", detalhou a reitora da Unifesp, Raiane Assumpção.
Na mesma linha, a deputada Sâmia Bomfim destacou que, apesar de importante, o recurso do PAC não é suficiente para o funcionamento pleno do campus. "A gente tem uma discussão sobre uma recomposição orçamentária do ensino superior no Brasil. Ano após ano, ouvimos que talvez não tenha recursos para garantir o funcionamento básico e as bolsas de permanência dos estudantes carentes, por exemplo. É uma discussão maior, que diz respeito a um projeto de país. Países desenvolvidos investem em universidades, em ciência e tecnologia e apostam na educação", defendeu a deputada federal.
Confira mais imagens da Audiência
Assista à Audiência, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp:
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