Desafios e avanços da sustentabilidade urbana são destaques em debate do ILP

Sombras de edifícios provocam diferenças de temperatura de até 14°C em bairros paulistanos; pensar no coletivo pode solucionar o problema e aumentar a produção de energia de forma mais equilibrada
05/08/2024 19:12 | Cidades Sustentáveis | Rafael Sotero Garcia - Fotos: Carol Jacob

Compartilhar:

Debatedores no evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg331684.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Sustentabilidade Urbana<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg331685.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Diferenças de temperatura no mesmo bairro, poluição sonora e emissão de gases de efeito estufa. Estes são apenas alguns dos desafios gerados pela urbanização, agravados pelas mudanças climáticas. No primeiro encontro do semestre, realizado nesta segunda-feira (5), o "Ciclo ILP + FAPESP de ciência e inovação 2024: Desafios da Sustentabilidade Urbana" recebeu palestrantes para debater o tema e propor soluções.

O evento é uma parceria da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) com a finalidade de fomentar o debate do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Urbanização

O aumento da população urbana demanda mais energia, serviços e, principalmente, espaço. Contudo, para Karin Regina, professora do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Poli-USP, a verticalização de bairros, impulsionada pela construção acelerada de imóveis próximos a centros urbanos, é um fator problemático. O aumento da construção de prédios próximos a sobrados e casas reforça esse cenário.

Por conta das sombras dos edifícios, são sentidas diferenças de temperatura superficial em alguns bairros que chegam a 14°C, afetando a percepção térmica dos moradores.

"Como sociedade, estamos produzindo cidades pensando apenas em acomodar pessoas, sem pensar muito na geração de energia ou temperatura de um bairro como um todo, que pode ser mais eficiente se a forma urbana for construída pensando no conjunto", explica Karin, sobre o desperdício de energia solar que poderia ser gerada em casas se a luz não fosse bloqueada pelos prédios.

Mudanças

Os palestrantes também debateram sobre "comunidades sustentáveis", um conceito que prioriza políticas públicas aplicadas da menor para a maior escala, mudando a realidade de uma comunidade ou bairro, onde o cidadão vive o cotidiano e pode perceber claramente os avanços das medidas. Assim, é possível atingir mudanças significativas em maior escala no município, estado e no país.

"Estamos vivendo momentos muito desafiadores em termos de desigualdades. E é no ambiente urbano que esses problemas são mais sentidos. Por isso, a necessidade de colocar as cidades no centro do debate de sustentabilidade", comentou Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis.

Karin ainda exemplificou seu ponto de vista com uma mudança efetiva, apresentando ao público como apenas a remodelação de um sistema de coletas de lixo, incluindo a coleta seletiva no processo, pode ajudar na construção de uma realidade mais positiva.

"Essa remodelação gera impacto até mesmo no fluxo das ruas de um bairro, desafogando o trânsito gerado pelos caminhões de coleta em áreas muito densas", explicou.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp

Veja a galeria de imagens do evento: CICLO ILP - FAPESP DE CIÊNCIA E INOVAÇÃO 2024 Sustentabilidade Urbana (05/08/2024) | Flickr

alesp