'Muitas em uma só': Alesp celebra memória de Thereza Santos

Artista multifacetada e ativista pelos direitos humanos, Thereza lutou pelo movimento negro ao redor do globo
21/03/2024 17:44 | Representatividade | Da Redação - Fotos: Rodrigo Romeo

Compartilhar:

Thereza Santos é celebrada na Alesp <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2024/fg321003.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Encontro foi promovido pela Bancada Feminista<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2024/fg321005.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Grupos sociais prestigiaram o evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2024/fg321004.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputada Leci Brandão prestigiou a atividade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2024/fg321006.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"Muitas em uma só", é como foi definida Thereza Santos (1930-2012), artista e militante pelos direitos humanos, com trabalho de destaque durante a Ditadura Militar, que teve a trajetória celebrada em evento realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta quarta-feira (20).

Realizado pelo gabinete da deputada Paula da Bancada Feminista (Psol), o encontro reuniu artistas e intelectuais do movimento negro e exibiu um minidocumentário sobre os trabalhos feitos por Thereza entre as décadas de 1960 e 1980.

"Ela foi muitas em uma só. Participou de muitas lutas e, acima de tudo, nunca negou seu conhecimento e sua sabedoria. Uma pessoa política e uma mulher que sempre prestigiou nossa população preta", afirmou a deputada Leci Brandão (PCdoB), amiga e contemporânea de Thereza.

Trabalho e ativismo

Thereza Santos - nascida Jaci dos Santos - foi atriz, escritora, teatróloga, sambista e ativista pelos direitos da população negra. Nascida no Rio de Janeiro, em 1930, e radicada em São Paulo, ganhou destaque nacional ao atuar na novela Mulheres de Areia, de 1973, exibida na extinta TV Tupi.

Grande parte do trabalho conhecido de Thereza foi produzido durante o período da Ditadura Militar. A artista escreveu peças de teatro, como "E Agora... Falamos Nós" (1971), compôs sambas-enredo para escolas de samba e atuou em cultuadas telenovelas brasileiras.

O documentário "Malunga", dirigido pela historiadora Gal Souza, exibido na Alesp, mostra como muitas dessas produções de Thereza foram censuradas pelo regime da época. "São documentos que foram produzidos durante a ditadura pela vigilância da época. Ela teve muita importância no cenário cultural e precisamos desse reconhecimento histórico", afirmou a documentarista.

Foi com a perseguição da polícia da época, por conta de seu trabalho e filiação ao Partido Comunista, que Thereza decidiu se exilar na África, onde passou por países como Angola e Guiné Bissau, sempre levando a mobilização social e cultural.

Memória

Artistas, intelectuais e líderes de movimentos sociais se reuniram no Plenário José Bonifácio da Alesp para celebrar e manter viva a memória e o trabalho de Thereza Santos. "É uma biografia que tem que ser contada. Thereza, apesar de ser uma pessoa do Rio de Janeiro, aconteceu mesmo na cidade de São Paulo, onde foi o terreno fértil onde ela botou toda a criatividade para fora", disse o jornalista e escritor, Oswaldo Faustino.

"A nossa luta é para que esse país possa conhecer a história do povo negro. Os livros de história apagaram e nós somos uma nova geração que quer retomar", completou Sirlene Maciel, integrante da Bancada Feminista.

alesp