'Brasil sem gaiolas': campanha pelo fim do confinamento extremo de animais é lançada na Alesp
01/12/2023 19:39 | Sofrimento | João Pedro Barreto, sob supervisão de Fábio Gallacci - Fotos: Rodrigo Romeo






"É um sofrimento atroz que a gente faz esses animais passarem", disse Luisa Mell sobre o confinamento extremo de animais na indústria pecuária. A ativista e influenciadora participou, na noite desta quinta-feira (30), de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para o lançamento da campanha "Brasil sem gaiolas", que pede o fim da prática no País.
Solicitado pelo deputado Carlos Giannazi (Psol), o evento reuniu diversos apoiadores da causa animal que defendem que o confinamento extremo seja proibido, não só no Estado de São Paulo, mas em todo o Brasil. "É muito cruel o sistema que existe hoje na pecuária industrial intensiva, que domina nossas paisagens agrícolas", afirmou Marina Lacôrte, gerente da organização Proteção Animal Mundial.
Marina explicou que a campanha lançada no Parlamento Paulista tem duas principais bandeiras: apoiar a aprovação de projetos de lei que proíbam o confinamento extremo de animais - como o PL federal 5092/2023, que tramita na Câmara dos Deputados -, e levar para a sociedade o debate sobre essa prática comum na indústria de alimentos.
Crueldade
Segundo Marina Lacôrte, que também é engenheira agrônoma, o "confinamento extremo" é identificado quando o animal fica preso em gaiolas, ou qualquer outra estrutura que o impeça fisicamente de fazer movimentos básicos, como andar, abrir asas, ou até mesmo se mexer. A engenheira apontou que esse tipo de conduta é uma regra na criação intensiva de galinhas e porcos, por exemplo.
"A questão é a escala. A escala industrial extremamente intensiva é o que coloca esses animais em puro sofrimento. Eles sentem emoções, dor. Colocá-los num lugar confinado sem poder se movimentar, sem poder fazer seu comportamento natural, gera muito sofrimento e é algo cruel", apontou Marina.
Na mesma linha, para ilustrar a realidade desses animais, Luisa Mell usou como comparação o dia em que ficou presa em um elevador apertado. "Fiquei imaginando como seria passar uma vida sem conseguir me mexer, passar anos sem ver a luz do sol, sem conseguir esticar o meu corpo, sem conseguir andar. Infelizmente, essa é a realidade de milhões de animais no nosso país", lamentou.
Nas leis e nas ruas
"A campanha tem essa função também, de fazer esse debate na sociedade e de trazer uma outra narrativa, de não termos mais uma relação econômica baseada na crueldade, na morte desses animais e da natureza como um todo", disse a autora do Projeto de Lei 5092/2023, a deputada federal Luciene Cavalcante (Psol).
A parlamentar, que trava uma disputa na Câmara dos Deputados, em Brasília, para aprovar a proposta que proíbe o confinamento de animais, ressaltou ainda a importância de também levar a discussão para as ruas.
"As pessoas foram educadas para não compreender de onde vem o seu alimento e como ele é produzido. Se nos foi ensinado a naturalizar todo esse processo, é óbvio que a gente pode ensinar uma outra história, pode reaprender", garantiu Luciene.
Carla Lettieri, diretora executiva da Animal Equality e uma das organizadoras do evento e da campanha, reforçou o sentimento de possibilidade de mudança na sociedade. "Educar pessoas é mostrar para elas que é possível fazer melhor e ser humano de uma forma mais ética e moral".
O lançamento da campanha ainda divulgou uma petição em apoio ao projeto da deputada do Psol. A meta, segundo Luisa Mell, é obter apoio popular reunindo 500 mil assinaturas no documento.
Providências
Proponente da audiência, o deputado Carlos Giannazi enfatizou que o combate aos maus tratos aos animais está assegurado no artigo 225 da Constituição Federal. "Vamos divulgar esse movimento, promover um trabalho de conscientização entre a população e fazer com que o Poder Público tome providências", reforçou.
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