A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo promoveu, na noite desta segunda-feira (21), uma sessão solene para homenagear o Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD). Com solicitação do deputado Delegado Olim (PP), o evento resgatou a memória e ressaltou o importante papel do órgão ligado ao Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol).

"Me sinto muito honrado, como delegado de polícia e policial civil, de ser o proponente desta sessão. Por ser uma instituição centenária, que passou por diversas reformulações estruturais e seguiu no organograma da Polícia Civil de SP, constatamos tratar-se de um órgão importante e vital", afirmou Olim.

O deputado Reis (PT), que é investigador da Polícia Civil, também esteve presente na solenidade e parabenizou o instituto e seus servidores que lotaram o Plenário Juscelino Kubitschek. "Me impressiona neste Parlamento a defesa das polícias do Estado de São Paulo. Temos centenas de projetos tramitando, frentes parlamentares, deputados de várias siglas defendendo sua valorização", comentou.

Por sua vez, Gil Diniz (PL) contou, na tribuna, sua experiência ao tirar seu primeiro documento de identificação com o IIRGD ao vir de Serra Talhada (PE) a São Paulo, ainda criança. "Quantos irmãos, pernambucanos como eu, não fizeram uso desse serviço? Quantos migrantes não o utilizaram? Hoje é dia de honrar e celebrar esses valorosos profissionais da Segurança Pública, esses servidores públicos", reiterou o parlamentar.

O IIRGD

O Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt é o órgão, ligado ao Departamento de Inteligência da Polícia Civil, responsável por realizar a identificação de pessoas no Estado. Essa identificação pode ser de suspeitos ou vítimas de crimes, pessoas vivas ou não.

Fundado em 1907 com o nome de Gabinete de Identificação, o IIRGD se tornou o maior instituto de identificação da América Latina e a maior divisão da Polícia Civil do Estado. Em 1909, expediu sua primeira carteira de identificação nacional e, atualmente, expede 18.850 carteiras todos os dias e possui mais de 230 Poupatempos conveniados.

Em 1978, ganhou o atual nome em homenagem a Ricardo Gumbleton Daunt, servidor do Setor de Identificação em meados da década de 1930 e que revolucionou os procedimentos da divisão. Considerado um dos precursores da Polícia Científica no país e pioneiro na datiloscopia no Estado, Daunt acrescentou métodos inovadores aos trabalhos de identificação.

Após mais de 100 anos de trabalhos, o instituto conta com um acervo de mais de 69 milhões de cadastros civis e 8,5 milhões de cadastros criminais. "É o repositório incorruptível e inviolável de um dos maiores acervos civis e criminais de todo o planeta", afirmou Maurício José Lemos Freire, delegado divisionário IIRGD.

A divisão consegue, através da tecnologia, identificar pessoas à distância, seja pela identificação facial ou de biometria. Inaugurou, em 2022, a primeira Delegacia de combate a crimes de fraude documental e biométrica do país.

Para Maurício, o órgão trabalha diuturnamente para prestar serviços com excelência à sociedade. "É um órgão permanentemente atento às demandas cada vez mais inéditas de seu tempo. O instituto tem por princípio estabelecer uma comunhão de compromissos com a sociedade e o faz com ardente convicção, obstinado trabalho e escrupuloso cuidado", disse o delegado.

O IIRGD esteve presente em catástrofes como o acidente do avião da TAM, em 2007, no qual identificou 199 pessoas, e nos deslizamentos do Guarujá e São Sebastião, em 2020 e 2023, respectivamente, nos quais identificou mais de 100 corpos de vítimas. "O instituto propiciou às famílias uma cerimônia digna de despedida de seus entes queridos", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Artur Dian, sobre o desastre deste ano no Litoral paulista.

Ele apresentou, ainda, dados da atuação do instituto, que, só neste ano, confirmou a identidade de quase 79 mil pessoas e esteve presente em mais de 5 mil locais de crime, ajudando a esclarecer quase 4 mil delitos. No mesmo período, a Delegacia de Combate a Crimes de Fraude Documental e Biométrica do país investigou cerca de 38 mil casos.

"Os números falam por si. Os trabalhos social, policial e humano também falam por si e elevam e reverberam o nome da instituição da Polícia Civil do Estado de São Paulo", disse o delegado-geral.

Homenagens

Ao fim da sessão, servidores históricos do IIRGD e os delegados da divisão receberam uma placa em homenagem e reconhecimento aos seus serviços prestados. O delegado-geral Artur Dian e o deputado Delegado Olim também receberam a honraria.

Durante os discursos da solenidade, a neta de Ricardo Gumbleton Daunt, Patrícia Daunt, foi chamada para usar a tribuna em forma de homenagem ao seu avô.