Seminário realizado na Alesp debate mudanças climáticas e preservação ambiental no Brasil
29/11/2021 18:38 | Sustentabilidade e Meio Ambiente | Luccas Lucena - Foto: Larissa Navarro








Em seminário realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo nesta segunda-feira (29/11), especialistas debateram as mudanças climáticas no Brasil, a conservação ambiental e como as empresas podem colaborar para melhorar o cenário negativo previsto pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). O evento foi promovido pelo deputado Edson Giriboni (PV).
A CEO e fundadora do BMV (Brasil Mata Viva), Maria Tereza Umbelino, afirmou que a pandemia de Covid-19 fez as atenções também se voltarem ao meio ambiente. "A pandemia de Covid-19 tratou de acirrar nossa atenção às questões ambientais", falou. "O Brasil é a grande potência, não só de alimento, mas em fornecer serviços ecossistêmicos", disse.
Maria Tereza comentou que a reputação da marca de uma empresa é melhorada quando são atendidos os critérios ambientais, que, no caso, são as ESG (environmental, social and governance - ambiental, social e governança, em português). "Uma das formas de melhorar a reputação de uma marca é atendendo os critérios ambientais, sociais e de governança", falou.
O selo Tesouro Verde, idealizado pelo BMV, foi selecionado pela COP26 como uma das soluções inovadoras para preservação do meio ambiente. A certificação possibilita o gerenciamento do consumo dos recursos naturais pela atividade econômica, sua compensação e geração de impacto positivo, através da valorização da conservação florestal como atividade econômica.
Maria explicou que "o Tesouro Verde oferece uma solução para a conservação de biodiversidade em floresta". Por meio de um selo ESG, a BMV busca garantir a conservação das florestas nativas. A credibilidade disso fica por conta do uso de blockchain, que tokeniza o selo e permite essa validação.
Entre algumas das práticas sustentáveis presentes na ESG, estão a conservação de florestas nativas públicas e privadas, na parte ambiental; a produção de alimentos e geração de emprego e renda, na parte social; e o cumprimento de normas ambientais, na parte da governança.
Coordenadora de novos negócios e projetos de sustentabilidade na SGS (Société Générale de Surveillance), Luiza Berti Toscan afirmou que o ESG está cada vez mais fazendo parte das discussões do público geral. "O ESG tá entrando em discussões do público geral e é o novo normal que a gente precisa", disse. "É muito claro que precisam ser vistas as questões sociais e ambientais, em qualquer tipo de decisão, principalmente em decisões de investimento, que o mercado tem observado muito", falou.
O professor do curso de Engenharia Florestal na Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) Iraê Amaral Guerrini exibiu um gráfico mostrando que o Brasil é o 2º país do mundo com mais quantidade de florestas, já que possui uma área com aproximadamente 8 milhões de quilômetros quadrados, e o 4º que mais emite CO2 no mundo. "A grande quantidade de CO2 emitido pelo Brasil é verde, ou seja, através do desmatamento e da queima das florestas", disse.
Atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia, o professor destacou que a tarefa do Brasil é menos complexa do que os outros países em relação à redução de liberação de CO2 na atmosfera. "Nos outros países é por causa do combustível fóssil, e é muito mais difícil dos Estados Unidos, da China e da Rússia reduzirem essa liberação do CO2 na atmosfera quando em comparação com o Brasil", falou.
Iraê explicou que o benefício das florestas é excepcional, inclusive na regulação do clima. "O bem-estar da sociedade é fornecido pela floresta, e como isso pode acontecer? Através dos serviços ecossistêmicos", disse. "Um benefício excepcional das florestas é a regulação do clima, por exemplo, imagina se a floresta não existisse como estaríamos hoje, também tem o controle de erosão, armazenamento de carbono, ciclagem de nutrientes, provimento dos recursos hídricos e proteção da biodiversidade", concluiu.
Guerrini também mostrou a situação da preservação nas florestas: a Amazônia segue com 86% de preservação; a Caatinga e o Cerrado já foram desmatados em torno de 50% e a Mata Atlântica está em 12% de preservação. "Muito difícil restaurar aquilo que já foi perdido, mas é possível", disse.
Ações ambientais da Alesp
Na Alesp, foi instituído o programa Alesp Preserva, que prevê ações para neutralizar a emissão de carbono, reduzir o consumo de água e papel e investir em produção de energia solar, favorecendo economia dos recursos públicos.
O projeto Carbono Zero está contemplado no programa, e prevê que a plantação de 20 mil árvores seja realizada pela Assembleia. Isso promoverá a neutralização da emissão total de carbono de três anos -2020, 2021 e 2022. Um levantamento feito com parlamentares, servidores e visitantes apontou a emissão de 1,7 mil toneladas de gás poluente na atmosfera no deslocamento das pessoas e o tipo de transporte utilizado até a Alesp.
O Parlamento paulista também contratou um serviço para avaliar toda a estrutura hidráulica do Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo paulista, para propor mudanças visando a redução do consumo. O trabalho prevê ainda um projeto para implantação de sistema de utilização de água da chuva, com captação, armazenamento e distribuição.
Para a energia solar, um projeto vai indicar as possibilidades de instalação de painéis solares para geração de eletricidade. Somente a laje do prédio do Legislativo paulista conta com uma área de 3 mil metros quadrados. A Alesp usaria a energia solar para consumo próprio, por meio da fonte alternativa eficiente, renovável e não poluente.
Todas essas ações gerarão economia de recursos públicos, podendo reverter os valores em mais ações diretas para a sociedade. Só para se ter uma ideia, atualmente a Alesp gasta mais de R$ 1,5 milhão por ano com energia elétrica. Com a energia solar, a expectativa é reduzir esse custo em até 90%.
Outra meta é eliminar, até o final de 2022, o uso do papel. Para isso, foram feitos parcerias e investimentos em softwares de gestão para eliminação do papel na atividade legislativa. Além disso, toda a frota antiga de veículos foi substituída por locação de carros novos que emitem menos poluente. Diversas campanhas internas, de redução de consumo de água e energia, e impressão, também estão em prática.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Deputado aciona MP e PGE para impedir ato de partido em celebração ao ataque do Hamas a Israel
- Governo envia à Alesp projetos com diretrizes orçamentárias para 2026 e reajuste do mínimo paulista
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações