A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Cavas Subaquáticas da Assembleia Legislativa de São Paulo solicitou informações ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Estado de São Paulo, bem como a Polícia Civil de São Paulo, a respeito da existência de inquéritos ou processos relacionados às cavas subaquáticas. A CPI agendou também, nesta quarta-feira (27/10) uma visita ao local da cava localizada no Canal de Piaçaguera, no estuário entre Cubatão e Santos, para a próxima quinta-feira (4/11). O presidente da CPI, deputado Barros Munhoz (PSB), explicou que a visita vai ser de suma importância para o melhor entendimento do assunto. "Todos nós somos jejunos em relação às cavas subaquáticas, e por ser um tema complexo e de certa forma novo, será essencial essa visita ao local", afirmou. Além disso, na reunião foram aprovados os convites ao prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB) e ao prefeito de Cubatão, Ademário Oliveira (PSDB), além dos presidentes do Legislativo de ambas as cidades, para que possam contribuir com a CPI. Por outro lado, o deputado Delegado Olim (PP) solicitou mais tempo para a análise dos 6 requerimentos, que estavam na pauta desta quarta-feira (27/10). Todos tinham a finalidade de convidar especialistas ou representantes de companhias que estão relacionadas à construção da cava subaquática no estuário entre Santos e Cubatão. O que é uma cava subaquática? Cava subaquática é uma cratera aberta debaixo da água para despejo de sedimentos, lixo e materiais contaminados. A cava feita no estuário entre Santos e Cubatão é maior que o estádio do Maracanã, com dimensões de 400 metros de diâmetro por 25 metros de profundidade, e está preenchida por cerca de 2,4 bilhões de litros de sedimentos. A cava do canal de Piaçaguera A cava foi aberta entre Santos e Cubatão e escavada sob responsabilidade da Usiminas e da VLI, empresa de logística da Vale, em 2017 para despejo de material retirado durante a dragagem (desassoreamento do fundo de canais) do canal de Piaçaguera. Entretanto, antes da década de 70 não existiam políticas de prevenção aos dejetos altamente contaminados por metais pesados que circulavam pela região, o que perpetuou a concentração desses sedimentos no fundo do estuário durante as décadas de 60 e 70. Esse processo ocorreu devido às atividades industriais que estavam mais afastadas da costa, sendo o canal de Piaçaguera aberto para possibilitar a navegação das embarcações que levavam matéria-prima à Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), por exemplo, e que voltavam à costa com material acabado.