Defesa do Instituto Emílio Ribas é tema de ato solene

O evento contou com a participação de especialistas e de funcionários do instituto
27/09/2021 19:00 | Ato solene | Lucas Martins

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Ato solene realizado nesta segunda-feira (27/09), em ambiente virtual, teve como tema principal a defesa do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. O evento foi promovido pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) e contou com a participação de médicos, especialistas e servidores públicos que trabalham no instituto.

O Instituto Emílio Ribas é uma instituição pública fundada em 1880, e que foi renomeada em 1932 para homenagear o sanitarista paulista que foi fundamental no combate das epidemias e endemias que atingiram o Estado entre o final do século XIX e o começo do século XX. Atualmente, o Instituto é um dos principais hospitais-referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e é 100% voltado ao atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na abertura da solenidade, Carlos Giannazi agradeceu a presença dos convidados e destacou a relevância da realização do ato solene. "Essa é mais uma importante audiência que estamos fazendo aqui nesta Assembleia em defesa desse instituto que é uma referência no Brasil desde os anos 70, e que está ameaçado com as terceirizações, privatizações, e com a falta de investimento", falou o parlamentar.

Eder Gatti, presidente da Amiier (Associação de Médicos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas), falou sobre o prestígio que o instituto possui. "É inegável a importância que o Emílio Ribas tem. Seu papel assistencial durante as principais epidemias da nossa história foi fundamental, e, atualmente, ele gera conhecimento sobre doenças infecciosas e profissionais da saúde de alta qualidade", disse.

Nathalya Miranda, médica residente do Instituto Emílio Ribas e membro da Associação dos Médicos Residentes, expôs os atuais problemas do instituto e comentou a sua possível terceirização. "O Instituto corre risco iminente de ser terceirizado'. Isso acontece, principalmente, pela falta de concursos públicos, que se estende há 8 anos, e pela reforma que acontece desde 2014 e está em vias de acabar. Mesmo com essa reforma, ainda se percebe uma falta de contingente de médicos e enfermeiras e isso trouxe mais um anseio perigoso para a terceirização", falou.

Victor Dourado, representante do Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo), complementou a fala de Nathalya. "Fica muito claro que abriu a porteira para a passagem das privatizações e terceirizações. Discutimos muito a falta de concursos públicos e a falta de chamada de pessoas que já passaram nos concursos, mesmo no meio de uma pandemia. Ano passado os profissionais da saúde eram chamados de heróis e agora vemos a retirada de direitos desses profissionais que, em termos mundiais, são os que mais morreram durante a pandemia", disse.

Eunice Rebelo, enfermeira do Instituto Emílio Ribas, comentou a preocupação dos funcionários do hospital em relação ao futuro. "Enquanto servidora, eu sinto insegurança de trabalho, porque não temos uma definição. O nosso receio é de que não temos um plano da Secretaria de Saúde que nos diga o que vai acontecer. Nosso quadro está defasado e nós estamos inseguros", falou.

Encaminhamentos

Por fim, o deputado Carlos Giannazi anunciou algumas providências que serão tomadas por ele em relação às denúncias feitas pelos convidados. "Eu quero propor a convocação imediata do Secretário da Saúde e do diretor do Instituto Emílio Ribas. Farei um requerimento para que eles venham depor na Comissão de Administração Pública e na Comissão de Saúde. Por fim, quero fazer um encaminhamento sobre a Lei Orçamentária para o ano que vem. Ela será entregue na Alesp no dia 30 e poderemos ver o orçamento para o Instituto. A partir disso, nós podemos apresentar emendas para auxiliá-lo nas demandas que foram apresentadas", disse.

alesp