No início da tarde desta quinta-feira (11/3) o governador João Doria anunciou novas restrições a serem adotadas no Estado de São Paulo no período entre 15 e 30 de março. A fase emergencial vai tentar conter o aumento de casos de coronavírus no Estado. Entre as medidas anunciadas, estão a proibição de acesso a parques e praias, de atividades esportivas em grupo e de celebrações religiosas coletivas. O governo também antecipou os recessos escolares da rede estadual que aconteceriam em abril e outubro para a segunda quinzena de março. Assim, não haverá aulas presenciais na rede, mas as escolas estaduais permanecerão abertas para fornecimento de merenda a alunos em condição de vulnerabilidade social e distribuição de materiais mediante agendamento. As novas medidas foram o principal assunto abordado pelos deputados estaduais na Tribuna Virtual desta quinta-feira. O deputado Carlos Giannazi (PSOL) defendeu o fechamento das escolas. "Não há uma suspensão explícita das aulas. Antecipar o recesso escolar é uma posição ambígua, as escolas vão continuar abertas, com o quadro de apoio escolar presente, exposto à contaminação. Escola fechada significa vida preservada", afirmou o parlamentar. O deputado Paulo Fiorilo (PT), ressaltou que o Estado de São Paulo passa por uma crise gravíssima. "A cada dia aumenta o número de óbitos e de internações. Estamos muito próximos a um colapso". As medidas foram criticadas pelo deputado Coronel Telhada (Progressistas). "Foi anunciado há pouco que ele aumentou até 30 de março o comunismo no Brasil. As pessoas estão proibidas de ir e vir, proibidas de trabalhar, de poder fazer um culto religioso", comentou. Telhada afirmou também que "está provado cientificamente que o lockdown não resolve o problema, o que resolve é higienização, uso das máscaras, evitar aglomeração, mas as aglomerações continuam no transporte público". A proibição de cultos religiosos foi reprovada pelo deputado Major Mecca (PSL). "O cidadão da periferia que está passando dificuldade financeira, problemas familiares, não tem mais direito à consulta com um pastor, padre, pai de santo. Isso não é preocupação com a vida das pessoas", comentou. Por fim, a deputada Janaina Paschoal (PSL) afirmou que, apesar de considerar exageradas as medidas tomadas, outras esferas de governo aconselham medidas mais duras. "Entendo que o governador está indo longe demais nos fechamentos. Mas hoje pela manhã, o procurador-geral do Estado de São Paulo, ou seja, o chefe do Ministério Público Estadual, aquele que tem o poder de promover ação penal contra praticamente todos os cidadãos no Estado de São Paulo, disse que o governador deveria ir além". De acordo com Janaina, a paralisação dos esportes coletivos e dos cultos religiosos foram determinação do Ministério Público.