Uma "pandemia de gastos públicos". Essa é a conclusão dos deputados do grupo Parlamentares em Defesa do Orçamento (PDO) ao verificarem, na terça-feira, 2/6, o atendimento a pacientes da Covid-19 nos hospitais do município de Ibiúna. Ao custo mensal de R$ 1,3 milhão, a unidade foi erguida sob uma tenda precária, apresenta infiltração, áreas descobertas e espaços vazios que deveriam abrigar leitos, um exemplo de desperdício. Desde que foi inaugurado, em 27/4, o hospital atendeu 30 pacientes e registrou dois óbitos. Atualmente, dos 26 leitos, apenas 8 estão ocupados. A estrutura gerida pelo Instituto de Gestão, Administração e Treinamento em Saúde, conta com 4 médicos e 20 profissionais da saúde. Próximo dali, o hospital de Ibiúna tem 60 leitos, sendo 7 para Covid, e também está vazio. A diferença é que nesse, os recursos são bem mais escassos. O hospital mantido com cerca de R$ 800 mil mensais, tem estrutura precária e seus profissionais estão com salários atrasados, segundo informação de trabalhadores. Para a deputada Leticia Aguiar (PSL) é clara a falta de responsabilidade com o dinheiro dos impostos do cidadão: "O que nos incomoda é justamente o desperdício, a farra, a falta de compromisso com o dinheiro público", disse. O PDO constatou novamente investimento desnecessário em hospital de campanha que, passada a pandemia, não continuará servindo a população. O caso será levado ao Ministério Público. De acordo com nota da Secretaria da Saúde de Ibiúna, o hospital tem capacidade para 26 leitos, sendo 10 para UTI e aguarda pelo procedimento do Departamento Regional de Saúde para credenciar os demais leitos.