Nestas próximas semanas, vamos conhecer um pouco mais sobre as expectativas dos principais personagens do legislativo estadual paulista para os próximos quatro anos: os deputados. Depois de sete meses de mandato, o que será que eles esperam? Em quem eles se inspiram? Quais as prioridades de cada gabinete? A entrevista desta edição é com o deputado Rafael Silva. Os últimos meses Eu tenho uma expectativa positiva para esse mandato, porque eu acredito na capacidade do indivíduo em termos de crescimento. O René Descartes falou: "Quando você tem um indivíduo desenvolvido e outro indivíduo desenvolvido, você vai ter uma sociedade desenvolvida que não aceita ser enganada e escravizada". Aqui nós temos muitos jovens e eles vão passar por uma fase de aprendizado. Aquele que tiver a humildade para aprender vai crescer em termos de consciência e eu tenho certeza de que muitos terão. Enquanto você não tem essa capacidade de sabedoria, você tem posições radicais e o maniqueísmo. Nós temos na Assembleia muitos deputados jovens, que assumem uma posição de acordo com o conhecimento que eles têm. Uns acreditam que a extrema-direita é a ideal, outros acham que a extrema-esquerda resolve tudo. Então se você busca conhecimento amplo, um filósofo já disse: "É mais importante você saber um pouco de muitas coisas, do que muito de poucas coisas". Na medida em que você tem muitas informações, você pode formar a sabedoria, ela tira o indivíduo do fanatismo e de crenças que são apenas uma posição desprovida de um raciocínio mais profundo. Projetos, legado e futuro Eu quero desenvolver um trabalho forte em favor de entidades filantrópicas, de hospitais filantrópicos, porque o nosso povo está desassistido ou não está assistido como deveria estar. O foco deve estar no trabalho regional, não porque eu queira entender que aquela região merece mais que as outras, mas porque eu não tenho força para trabalhar em mais regiões. E não me considero apenas regional, porque eu procuro pensar de uma forma mais abrangente. Eu sou formado em filosofia, tenho pós-graduação em sociologia, estudei psicologia por muitos anos, então você passa a ter um pouquinho de conhecimento. Inspiração e referências Eu não gosto de ter um referencial e dizer que aquele é bom e o outro não presta, mas se eu for falar de um político que eu conheci de perto, eu falo do Leonel de Moura Brizola. Quem conheceu o Brizola gosta dele e quem não conheceu, tem muita restrição e chega até a odiar. O que eu falo é: eu tenho medo do homem de um livro só, porque ele passa a ter posições radicais e a ter uma consciência que não é consciência, é direcionamento. Mas me inspiro em muita gente do presente também. E gosto delas, mas eu tenho medo que essa pessoa do presente que é boa hoje cometa erros amanhã.