Audiência pública debate a presença de pessoas trans nos esportes


05/08/2019 19:40 | Encontro | Da redação - Fotos: José Antonio Teixeira

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Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2019/fg237468.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Lea T<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2019/fg237469.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Érica Malunguinho e Thiffany Abreu<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2019/fg237470.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mesa da audiência pública<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2019/fg237471.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dani Nunes, Leonardo Peçanha, Gustavo Uchoa, Érika Hilton, Érica Malunguinho, Tiffany Abreu e Magnus Régios <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2019/fg237472.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2019/fg237473.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Atletas, médicos, parlamentares e pesquisadores se reuniram na segunda-feira (5/8) no auditório Teotônio Vilela da Alesp para discutir a legitimidade de pessoas transgêneros nos esportes, nos times em que se identificam de modo social. O evento convidado pela deputada Erica Malunguinho (PSOL) tem como finalidade discutir o PL 346/2019, do deputado Altair Moraes (PRB), que determina que o sexo biológico seja o único fator determinante para definir o gênero de competidores esportivos.

A deputada Erica Malunguinho explicou que a audiência pública surge como uma resposta ao projeto protocolado na Alesp. "Nosso posicionamento é pensar em políticas afirmativas sempre, principalmente para as populações que estão vulnerabilizadas. A audiência diz respeito a uma resposta que temos que dar a um projeto que foi protocolado nesta casa e também em âmbito federal. São projetos de exclusão, que eliminam a possibilidade de pessoas transgeneros estarem em atividades esportivas. É um projeto que afirma a exclusão, e elimina possibilidades, enquanto já é tão difícil a garantia da cidadania de pessoas trans", afirmou.

O médico e pesquisador Saulo Ciasca, do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, também participou do evento. Ele destacou que não há qualquer evidência que mulheres trans tenham vantagens nos esportes, e que devido a bloqueadores hormonais, isto se torna ainda menos provável. "As pessoas ficam pensando em possíveis vantagens, pois pensam na pessoa com estrutura masculina, mas não há estudos que garantam que só pela estrutura física a pessoa teria esta vantagem. Pela questão dos hormônios, o Comitê Olímpico Internacional determina que a esportista use bloqueadores de testosterona há, no mínimo, um ano. Isso garantiria uma faixa baixa deste hormônio, e a pessoa perderia massa muscular e força", explica.

A atleta profissional de voleibol, Tiffany Pereira de Abreu, explicou como é ser uma mulher trans em um time feminino. "É simplesmente normal, ao contrário do que seria se eu jogasse em uma equipe masculina, pois seria uma mulher jogando com os homens. No feminino somos todas iguais, cada uma tem a sua qualidade, sua força e dá o seu melhor, com as suas características", contou. Ainda acrescentou a importância de que o tema seja discutido com pessoas que de fato tenham conhecimento do assunto. "Hoje temos doutores e pessoas que realmente estudam pessoas trans no esporte, e poderão falar a verdade a respeito. Quando dizem que não há comprovação de estudos que garantam a inclusão, eles jogam mais de 10 anos do estudo do Comitê Olímpico Internacional fora. Se não der a resposta que querem, que é a proibição e a exclusão da pessoa trans, eles sempre dirão que é mentira", concluiu.


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