Combate à intolerância religiosa é lembrado em todo o país

Terreiros incendiados, imagens religiosas vandalizadas, crianças apedrejadas por sua crença no candomblé. O Ministério dos Direitos Humanos contabilizou 537 casos de intolerância religiosa no ano de 2017, em sua maioria - por volta de 40% - contra praticantes de umbanda, candomblé e outras religiões de matriz africana.
Devido ao alto número de violações de direitos humanos envolvendo intolerância religiosa, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB/BA) propôs a Lei 11.635/2007. A medida instituiu o dia 21 de janeiro como Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa. "A laicidade do estado, garantida no Brasil desde a Constituição Republicana de 1891, garante a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença", ressaltou o parlamentar.
A data foi escolhida em homenagem ao falecimento da ialorixá (mãe de santo) Mãe Gilda. Segundo sua família, a causa da morte foi um infarto, que ocorreu após uma invasão de sua propriedade e a tentativa dos invasores de "exorcizá-la" por conta de sua religião. Seu terreiro, Axé Abassá de Ogum - localizado na Bahia -, foi e ainda é alvo de preconceito religioso e vandalismo.
A Associação Brasileira dos Religiosos de Umbanda, Candomblé e Jurema (Abratu), em atividade há dezoito anos, atua nas questões organizacionais e em defesa das religiões de origem africana contra a intolerância, o racismo e os demais preconceitos.
O sacerdote umbandista e juremeiro Pai Guimarães D'Ogum, presidente da instituição, explicou que o fato de as religiões de matriz africana não possuírem um sumo sacerdote, mas sim uma organização familiar, gera uma imagem fragilizada perante à sociedade. "A ideia que foi enraizada na maior parte da população brasileira sobre as religiões de origem africana - principalmente candomblé e umbanda - é a de que são doutrinas demoníacas, que têm por intenção fazer o mal para outros. A partir disso, ocorrem inúmeras situações negativas, e existem pessoas que partem, inclusive, para agressões físicas."
Raízes
Os casos de intolerância religiosa no Brasil começaram com a chegada dos portugueses, em 1500. A Coroa e a Igreja portuguesas uniram-se no projeto de colonização de novas terras, sendo imposta aos povos conquistados a conversão ao catolicismo. Tanto os índios nativos quanto os africanos trazidos para escravização eram obrigados a adotar a religião católica.
Para evitar a perseguição por senhores e pelo clero, negros e indígenas usavam imagens de santos católicos em seus ritos, mas na verdade estavam cultuando seus orixás. Assim, nasceu o sincretismo - união de religiões e ideologias que gera novas doutrinas - entre religiões de matriz africana e o catolicismo.
Sem influência
O conceito de laicismo define que a religião não deve ter influência em assuntos do estado. Sendo assim, o país laico tem como princípio a imparcialidade com relação a assuntos religiosos, ou seja, não apoia ou discrimina nenhuma religião, adotando uma posição neutra no âmbito religioso.
Defendendo a liberdade religiosa a todo e qualquer cidadão, o estado laico não permite a interferência de correntes religiosas em quesitos sociopolíticos e culturais.
Como denunciar?
As denúncias de casos de intolerância religiosa podem ser feitas por meio do Disque 100, e algumas informações são necessárias para que órgãos governamentais representantes de minorias sociais possam aplicar políticas de combate a essas violências.
Será necessário informar quem foi a vítima, qual foi a agressão e quem a praticou, além do endereço ou ponto de referência do local, o horário aproximado, a situação da vítima e qual órgão foi acionado.
Notícias relacionadas
- Propostas em tramitação na Alesp estimulam parto natural e humanizado, conforme lei em vigor
- Mulheres de destaque no Estado de São Paulo são homenageadas em solenidade realizada na Alesp
- Semana da Saúde da Mulher: conheça leis da Alesp que buscam promover e estimular o cuidado feminino
- Lei que cria o Programa Estadual Adote Um Animal completa dois anos: confira novas proposituras na Alesp
- Dia Estadual do Imigrante: conheça projetos em andamento na Alesp sobre o tema
- Assembleia Legislativa de São Paulo faz homenagem a policiais militares por combate a mega-assalto a bancos em Araçatuba
- Novembro Azul: câncer de próstata representa 29% dos diagnósticos da doença em homens
- Ato solene na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo celebra o Dia do Samurai
Notícias mais lidas
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações