Um vídeo apresentado durante a audiência realizada na Assembleia nesta quinta-feira, 2/6, mostrou o quanto a ocupação de Vila Soma, que vem desde 2012, cresceu nesses quatro anos. O vídeo, produzido pelo Serviço de Utilidade Pública (SUP), um comitê de mídia livre, e apresentado por Carlos Canedo, mostra o cotidiano da comunidade, com especial foco no processo de tomada de decisões sobre as ações de resistência ao processo de reintegração de posse. O documentário aborda também o funcionamento do comércio no local, que conta ainda com abastecimento de água e luz improvisados, biblioteca e quadra de esporte. No início da audiência, a deputada Márcia Lia (PT) pediu uma salva de palmas em apoio aos membros do MTST que ocuparam o escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, para cobrar da presidência interina do Brasil a continuidade dos programas Minha Casa Minha Vida, em especial o Entidades. No decorrer do evento, a deputada mostrou preocupação com as notícias que chegavam de que havia manifestantes sendo agredidos pela polícia, inclusive mulheres. Compuseram a mesa um dos líderes do movimento da Vila Soma, William Souza, o advogado das famílias, Alexandre Mandl, e os defensores públicos Rafael Faber e Luiza Lins Veloso, que manifestaram seu apoio às famílias e a disposição de combater as tentativas de desalojar os ocupantes. Segundo os membros da Defensoria Pública - que conseguiram suspender junto ao Supremo Tribunal Federal a reintegração de posse, que estava agendada para ser cumprida em 17/1 passado -, é legítima a resistência contra a propriedade que não cumpre sua função social, já que até mesmo o direito à propriedade encontra limitações na Constituição.