Com o tema "Desafios para a construção do protagonismo do idoso na sociedade contemporânea" foi lançada nesta quarta-feira, 24/2, na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar em Defesa do Idoso, sob a coordenação da deputada Beth Sahão (PT). Com a plateia lotada de idosos de diversas regiões do Estado de São Paulo, a solenidade contou com a presença de autoridades dos governos federal, estadual e municipal da área de atenção ao idoso, vereadores e prefeitos de diversos municípios de São Paulo. "Agregar novas informações, trocar ideias, sensibilizar autoridades", foram alguns dos objetivos da frente elencados por Beth Sahão. Segundo ela, trata-se de um segmento vital que ainda requer muitos avanços em políticas de proteção, apesar dos muitos já conquistados. A cada ano a expectativa de vida aumenta no Brasil. Em 2025 a estimativa é de que haja 32 milhões de pessoas acima de 60 anos no país. Estes dados, enfatizou a parlamentar, tornam mais necessárias iniciativas capazes de promover a inclusão e o empoderamento do idoso e, sobretudo, seu bem-estar. Tais iniciativas, de acordo com Sahão, devem ocorrer em diversos âmbitos como a cultura, o esporte, a assistência social e o lazer. Postos de trabalho para aqueles que desejam complementar a aposentadoria, também precisam ser criados. A deputada observou a importância de que os Conselhos Municipais do Idoso tenham efetivo poder. Beth Sahão destacou como função da frente coletivizar a discussão, integrando o idoso no debate. "As leis nós temos, mas o Estatuto do Idoso precisa ser aplicado", concluiu. Aproximar governo e sociedade é meta principal desta frente, de acordo com a coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, Maria Cristina Corrêa Lopes. O processo de envelhecimento no Brasil tem sido muito rápido. Todas as expectativas do IBGE foram ultrapassadas, explicou Maria Cristina. Hoje, 13,7% da população brasileira têm mais de 60 anos, o que equivale a 27 milhões de pessoas. Este processo, observou, traz o envelhecimento para a pauta das políticas públicas e provoca a reflexão sobre tudo o que envolve o envelhecimento. "Colocar em questão estigmas em torno do tema como a ideia de que envelhecer é ficar necessariamente doente e inapto, é fundamental", observou, acrescentando que 75% das pessoas idosas não são dependentes. Para Maria Cristina, a articulação com diversos setores é imprescindível para a promoção de políticas efetivas ao idoso. Há legislação clara e bem feita com relação ao idoso, mas é preciso que os direitos sejam colocados em prática, asseverou. O aumento da longevidade é uma das grandes conquistas da humanidade, observou a coordenadora, mas este ganho traz grandes desafios e requer maiores investimentos de diversas áreas como saúde, educação, serviço social equipamentos e medicamentos. Vários aspectos do envelhecimento foram abordados na solenidade de lançamento da frente. Também discorreram sobre o tema Claudia Aizen, coordenadora da Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade Federal de São Paulo; Claudia Maria Berê, promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Núcleo do Idoso; Maria Cândida Soares Del Masso, coordenadora do Núcleo Central da Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Neto" (Unesp); Felipe Hotz de Macedo Cunha, coordenador do Núcleo Especializado de Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência da Defensoria Pública de São Paulo; Rubens Casado, presidente do Conselho Municipal do Idoso de São Paulo; Maria Izabel Azevedo Noronha, presidenta do sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp); José Cecílio, coordenador do Núcleo de Aposentados do Sindicato dos Químicos do Estado de São Paulo; Cristina Riscalla Madi, gerente de Estudos e Programas da Terceira idade do Serviço Social do Comércio (Sesc-SP) e Tony Bernstein, diretora Geral do Portal Terceira Idade. Entre as falas dos palestrantes, houve apresentação do Coral da Terceira Idade de Taquaritinga.