Acusado de tortura, coronel Ustra poderá ser ouvido novamente pela Comissão Nacional da Verdade em Brasília

O deputado Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, considera a audiência uma das mais importantes realizadas até hoje pela comissão, das mais significativas e mais emblemáticas. Também falaram sobre esse importante momento a deputada federal Luiza Erundina (PSB/SP), Ângela Mendes de Almeida, companheira de Merlino e Amélia Teles, coordenadora da Comissão Estadual da Verdade
20/08/2013 11:33

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Em audiência pública, nesta segunda-feira, 19/8, a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, em conjunto com a Comissão Nacional da Verdade (CNV), recebeu cópias dos processos que as famílias Teles e Merlino moveram contra o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra. A reunião foi aberta com a exibição de um vídeo que conta a história da vida, da militância política e da prisão e morte sob tortura no DOI-Codi de Luiz Eduardo Merlino.

Presidindo a audiência pública, o deputado Adriano Diogo afirmou, "hoje começamos a enfrentar a cadeia de comando da repressão, na figura de Ustra, que não agia nos porões, era figura de comando do Exército". Diogo expressou repúdio pelas atitudes de Ustra na CNV, quando "ofendeu todo o povo brasileiro". Ângela Mendes de Almeida, companheira de Merlino, criticou o modo como foi conduzida na CNV a oitiva do coronel Ustra, em reunião fechada e sem a presença de pessoas - ou familiares - que foram torturadas sob suas ordens. Ela leu uma carta endereçada à CNV com questões a serem esclarecidas no caso da morte de Merlino e elogiou o trabalho de Rosa Cardoso frente à CNV.

Críticas à CNV foram endossadas pela coordenadora da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, Maria Amélia Teles. Ela destacou as duas condenações na Justiça paulista contra Ustra, que é acusado de tortura, ocultação de cadáver, estupro e sequestro, inclusive de crianças. Para ela, "a CNV deve esclarecer a verdade, mostrar a extrema truculência da ditadura, cujos efeitos perduram até hoje". A deputada federal Luiza Erundina (PSB/SP), presidente da Subcomissão Especial de Acompanhamento da Comissão da Verdade, considera que a entrega dos processos movidos contra o coronel Ustra é o resultado de uma luta de décadas e prova que temos conseguido conquistas ainda que limitadas. Erundina destacou também o papel decisivo desempenhado pela Comissão Estadual da Verdade.

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