Psicólogas compõem mesa para falar sobre regime militar
21/06/2013 20:38 | Da Redação: Gabriel Cabral - Foto: Maurício Garcia de Souza








Militantes, sobreviventes da repressão, psicólogos e membros do Conselho Regional de Psicologia (CRP) deram depoimentos na audiência pública da Comissão da Verdade Rubens Paiva, nesta sexta-feira, 21/6, sob a presidência de Adriano Diogo (PT). Maria Orlene Daré, coordenadora da comissão de Direitos Humanos do CRP, agradeceu aos psicólogos por enriquecer com declarações os documentos elaborados em busca da verdade sobre os fatos ocorridos nos anos de repressão. Apresentou o vídeo O Tecido e o Tear sobre garantia de direitos humanos. Daré discorreu sobre os efeitos da repressão política na vida particular e no coletivo.
A psicóloga Carolina de Almeida Sombini viveu separada dos pais, perseguidos pelos militares na década de 70. Carolina deu seu depoimento como vítima e como profissional ao dossiê da verdade. "É uma responsabilidade trazer fragmentos do sofrimento em uma época que deixou tantas feridas no Brasil. Ela ouviu depoimentos sobre tortura, dor e outras formas de sofrimento. "Paz sem voz não é paz, é medo", reproduziu Carolina ao lembrar música do grupo Rappa. Afirmou não haver diferença entre as ações policiais da repressão militar e das manifestações atuais, porque ambas impedem a liberdade de expressão.
Carolina disse que viveu terríveis momentos na infância. Ela foi criada por sua avó. Quando a mãe a levava para a casa, pedia à filha que não contasse a ninguém onde estava instalada. "A ditadura me tirou o direito de convivência familiar", falou a psicóloga com emoção.
Traumas profundos
A presidente do CRP-SP, Maria de Fátima Nassif, explicou o reconhecimento dos traumas e a profundidade do sofrimento em torturados. Apresentou vídeo sobre os depoimentos cedidos por psicólogos, em seguida, entregou documento com análises realizadas por psicólogos que ouviram vítimas do regime.
Maria Celeste Francisco, psicóloga nascida em Assis, teve o pai torturado e o irmão mais novo desaparecido. Ouvia constantemente frases como: "Cuidado, eles são comunistas" ou "Olha aí a filha do comunista". Contou que seus irmãos têm medo da polícia até os dias atuais.
Militante e psicóloga formada há muitos anos, Maria Auxiliadora Arantes ficou exilada no Uruguai. Foi presa em 1968, exilada por dois anos, presa novamente por quatro meses e viveu clandestinamente por 11 anos no Brasil. No dia em que foi decretado o Ato Institucional 5, sua casa foi invadida e ela foi levada, com sua amiga e seus filhos, à prisão. "O único medo que senti na vida foi pelo que pudesse acontecer aos meus filhos", disse a militante.
Em entrevista ao Diário da Assembleia, Karen Meira Dotto, psicóloga e membro do CRP, contou ter conversado com sobreviventes da repressão e que se emocionou com histórias dos filhos que conseguiram superar traumas da época. Dotto afirmou ter observado a dificuldade que essas pessoas têm em formar vínculos. "Elas desacreditam na sociedade. Não conseguem se desligar das más memórias", finalizou a psicóloga.
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