Crime político que vitimou casal é tema da Comissão da Verdade
13/06/2013 21:46 | Da Redação: Monica Ferrero " Foto: Márcia Yamamoto





Em sua 51ª audiência pública, no dia 12/6, a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva abordou o caso de José Luis e Rosa Sundermann, casal assassinado em São Carlos (SP). O presidente da comissão, deputado Adriano Diogo (PT), esclareceu que embora esse crime tenha ocorrido em 1994, fora do período estabelecido para a vigência da ditadura militar, tratou-se de um crime político, que até hoje não foi esclarecido.
O casal foi assassinado em sua residência em São Carlos na noite de 12/6/1994. Nada foi roubado da casa. Funcionários da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), eram sindicalistas e militantes do recém-fundado PSTU, e participaram da histórica greve dos cortadores de cana em 1993.
Desde o começo ficou patente o descaso com as investigações por parte da polícia, que se negou a admitir a possibilidade de se tratar de um crime político, chegando até a tentar incriminar o filho do casal. As fotos da cena do crime se perderam. Todos os indícios apontam que o assassinato foi feito por um matador profissional, a soldo de usineiros e latifundiários da região, em especial aos donos da Usina Ipiranga, como citou o advogado Idibal Piveta.
Dulce Muniz leu uma carta, assinada por Eraldo, onde são relatadas ameaças feitas ao casal, inclusive por policiais. Para o diretor da Apeoesp, João Zafalão, "a morte foi encomendada pelos usineiros da região, que continuam torturando os trabalhadores até hoje." Segundo o advogado Jorge Luiz Martins, "a polícia está a serviço da burguesia local".
Militantes políticos
Falaram sobre a vida e a militância do casal o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luis Carlos Prestes, o Mancha; o diretor da Federação dos Servidores das Universidades Federais (Fasubra), Antonio Donisetti da Silva; a diretora do Sintrajud e do PSTU, Ana Luiz Figueiredo. Mancha sugeriu a criação, na UFSCar, de uma comissão da verdade, a ser batizada com o nome de José Luis e Rosa Sundermann.
Os advogados Américo Gomes e Julia Siqueira Eid informaram que, em 2004, o caso de José Luis e Rosa Sundermann foi denunciado à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, por conta da negligência e omissão na investigação de suas mortes. Essa denúncia foi admitida em 2007, e mesmo que o crime prescreva no ano que vem, a apuração poderá ser exigida. O Estado brasileiro foi notificado, nas não se manifestou sobre a questão até hoje.
Ainda segundo Diogo, "casos como esse mostram a necessidade de revisão da lei da anistia, pois ela foi um acordo de conciliação entre as classes, do silêncio, que gerou este tipo de democracia que temos, uma ditadura de classe que oprime até hoje. Se não houver articulação nacional, fora do plano institucional, essa situação não mudará e não teremos outra forma de democracia", finalizou.
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