Deputado Nicola Avallone Junior


29/10/2010 17:38

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Nicola Avallone Junior<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2010/Nicola Avallone Junior a.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Vítima de uma parada cardiorrespiratória, faleceu no último dia 21 de setembro, em sua residência na capital paulista, o ex-deputado estadual Nicola Avallone Junior. Era filho do imigrante italiano Nicola Avallone e de Vicentina Batista Avallone, tendo nascido na cidade de Bauru, São Paulo, em 10 de julho de 1919.

Após realizar os cursos regulamentares, formou-se em Economia pela Faculdade Armando Álvares Penteado-FAAP. Em 1946, fundou o jornal Diário de Bauru, que circulou até o ano 2000. Na década de 1940, criou a Sociedade Amigos de Bauru e a Casa do Garoto. Muito ativo, enveredou-se para os ramos da política.

Ingressou na política quando concorreu pelo Partido Social Democrático (PSD), nas eleições de 4 de outubro de 1951, para o cargo de prefeito de Bauru, não logrando êxito. No pleito de 3 de outubro de 1954, candidatou-se a uma vaga de deputado estadual pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), obtendo 6.661 votos, conseguindo apenas uma suplência. No ano seguinte, foi chamado por diversas vezes para assumir a cadeira no legislativo estadual, por afastamento dos titulares.

Nas eleições de 3 de outubro de 1955, concorreu novamente a prefeitura de Bauru, pela coligação que congregava três partidos PTB-PRT-PTN, sendo eleito, em um pleito apertado, com apenas 67 votos sobre o segundo colocado. Em cumprimento a promessa de campanha, ao assumir como prefeito da cidade, no início de 1956, mandou no primeiro dia de governo asfaltar uma rua em apenas 24 horas. Em 1958, seu nome aparecia numa lista dos dez prefeitos mais dinâmicos do país. Como prefeito, presenteou o jovem Pelé com um carro, uma Romi-Isetta amarela, devido à primeira conquista do mundial de futebol, realizado na Suécia.

Neste mesmo ano, foi eleito, em 3 de outubro, pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), deputado estadual com 13.436 votos, assumindo o mandato em 12 de março de 1959. Foi membro efetivo da Comissão de Redação e suplente na Comissão de Educação e Cultura. Em 1960, participou como membro efetivo da Comissão de Finanças, e como suplente das comissões de Constituição e Justiça e de Obras Públicas, Transportes e Comunicação. No ano de 1961, foi membro efetivo da Comissão de Redação e suplente das comissões de Constituição e Justiça e de Finanças. Em 1962, participou como membro efetivo da Comissão de Redação e foi membro suplente da Comissão de Divisão Administrativa e Judiciária.

No início da década de 1960, quando exercia o mandato de deputado estadual em São Paulo, empregou como office-boy, em seu escritório, um menino chamado José Dirceu, também se tornaria político. Anos depois, em uma entrevista, Dirceu lembrou Avallone: "Foi uma verdadeira escola".

Nas eleições de 7 de outubro de 1962, foi mais uma vez eleito para a Assembleia Legislativa de São Paulo, agora pelo Partido Democrata Cristão (PDC), com 12.179 votos, para a 5ª Legislatura (1963-967). No ano de 1964, foi membro efetivo da Comissão de Finanças e suplente da Comissão de Economia. No ano de 1966, participou ativamente como membro efetivo da comissão especial instituída com fim de estudar o problema da extinção dos ramais ferroviários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro e da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Em 1967, participou apenas como suplente da Comissão de Finanças.

Com o fim do pluripartidarismo em 1965, filiou-se ao partido governista a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Por essa agremiação política, foi reeleito em 15 de novembro de 1966, com 11.421 votos, assumindo sua cadeira no ano seguinte. Foi membro efetivo das comissões de Economia e de Saúde e Higiene, e suplente da Comissão de Educação e Cultura. No ano de 1968, participou como membro efetivo das Comissões de Economia, de Saúde e Higiene e foi suplente na Comissão de Educação e Cultura. Nesse mesmo ano foi responsável pelo restabelecimento da loteria em São Paulo, então proibida.

No aniversário da cidade de São Paulo, em 25 de janeiro de 1968, o deputado Nicola Avallone Junior participou das festividades de transferência da sede da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, do Palácio das Indústrias, no Parque D. Pedro, na zona central da capital, para a nova sede do Palácio 9 de Julho, no Parque do Ibirapuera.

Nicola, em 15 de novembro de 1968, concorreu novamente à prefeitura de Bauru, mas não logrou êxito. Foi surpreendido pelo fechamento da Assembleia Paulista, pelo Ato Institucional nº 5, de 13/12/68. A Assembleia permaneceu em recesso pelo regime militar de 7/2/69 a 31/5/70. Em 20 de maio de 1970, juntamente com outros cinco deputados, Nicola Avallone Junior, teve seu mandato cassado pelo AI-5, e também seus direitos políticos suspensos por 10 anos.

Forçado a abandonar a vida política, retornou a Bauru, onde administrou o seu jornal e foi dono de uma imobiliária. Restabelecidos seus direitos políticos, foi candidato a deputado estadual nas eleições de 1982 e 1986 pelo Partido Trabalhista Brasileiro, obtendo nas duas disputadas, apenas uma suplência.

Segundo sua neta Stella, seu avô era fã de futebol e adorava ver os jogos com Ronaldo e Robinho. Viúvo há 18 anos de Ada Cariani, deixou a filha, Patrícia, e duas netas, Stella e Paula. "Bauru, a cidade sem limites" era o slogan de Nicola Avallone Junior, o Nicolinha.

Seu corpo foi cremado em Vila Alpina, na capital paulista.

alesp