David Monteiro busca sua própria linguagem entre o realismo e a abstração


19/10/2007 11:11

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David Monteiro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/DAVI MONTEIRO.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dor de cidade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Dor de cidade - David Monteiro.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pintura de David Monteiro se apresenta como arte de denúncia sem passar pelos canais obrigatórios do mundo da angústia, da expressão formal e do maneirismo contemporâneo. Ela respira numa vasta dimensão: figuras enormes que ocupam a tela em posições de ação. A figura se impõe bem à sua própria presença.

Encontramo-nos frente a uma original personalidade de artista, interprete das diversas exigências de nosso tempo. Sem ignorar os termos onde se desenvolve a delicada obra de inserção das instâncias mais modernas das pesquisas formais, aí nascem suas "figuras" semelhantes a robôs.

Podemos dizer que David Monteiro se situa na polêmica, a meio caminho. Ao não abandonar totalmente o figurativismo, sentiu a necessidade da abstração, o que, entretanto, não quer dizer "abstracionismo".

Eis que vemos nascer e desenvolver-se uma estilização geométrica, se assim podemos chamá-la: um mundo onde as formas se reduzem a traços legíveis levados a aflorar o pós-expressionismo. O artista encontra, assim, um seu modo individual para solucionar o que chamaríamos de uma sua crise entre realismo e abstracionismo.

A sua pintura transmite a ferida provocada por uma certa opressão externa e, apesar de sua timidez natural e seus eventuais conflitos interiores, traça quadros que se rebelam, quadros repletos de acusações. Contra o lugar comum e contra as convenções sociais, o seu mundo interior busca outros territórios: assim os encontramos na respiração de sua pintura que se apossa de uma própria complexa linguagem.

Nas obras Personagem à Procura de Autor e Dor de Cidade, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a conduta artística de David Monteiro mantém integral adesão à sua impostação, não sacrificando, entretanto, no campo polêmico, a própria natureza poética.



O artista

Pintor e restaurador, David Augusto Monteiro Neto nasceu em Ribeirão Preto no ano de 1977. Cursou Arquitetura e Urbanismo na FAU de Ribeirão Preto. Interessa-se por cinema, pintura e restauro.

Atuou como assistente de direção de arte em comerciais publicitários na produtora de filmes Chroma Filmes Ltda.

Além de participar de exposições em galerias de arte e na própria faculdade, onde destaca-se: "Mostra de Arte da Juventude" - SESC Ribeirão Preto (2000 e 2001), participou ativamente na restauração artística de réplicas das obras do Aleijadinho na Fundação Armando Álvares Penteado.

Possui obras em diversas coleções particulares e públicas e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp