O discurso que nos propõe Caio Santos merece, sem dúvida uma atenta observação. Suas obras geométricas aderem a um inato sentimento de pesquisa, no qual se evidencia a espacialidade e o elemento fantástico, temáticas que espelham a mecanização de nosso tempo.Seus elementos geométricos dentro da composição nos transmitem uma dimensão de pureza e de verdade, como matéria no infinito. Suas formas espaciais nos oferecem uma visão das composições livremente inventadas após uma cuidadosa pesquisa. Elas alcançam uma própria e exclusiva afirmação na problemática da existência contemporânea.A obra pictórica de Caio Santos não representa um mero fato episódico ou uma ocasião de evasão , mas nasce de uma exigência e de uma elaboração interior que se projeta sobre a tela. Esta, uma vez submissa ao controle operativo, vem acompanhada de uma harmonia contemplativa em elevada fase estética.Na obra "Construção em quatro cores", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, a forma adquire um papel importante no contexto da figuração, sua originalidade e sua carga inovadora trazem uma contribuição dialética e criativa. O conteúdo segue coerentemente sua veste formal porque o ideal e a inspiração do conceito geral se concretizam numa linguagem objetiva e figurada que o observador consegue perceber, sem que a obra se isole numa torre de marfim.O ArtistaPintor e escultor, Caio Santos nasceu em 1960 em São Paulo. Iniciou suas atividades artísticas em 1974, como autodidata. De 1978 a 1986 estudou com o professor Ernesto Aroztegui técnicas e diferentes linguagens das artes plásticas. Sua primeira exposição individual foi em 1980 na Sociedade Itabunense de Cultura, Itabuna, Bahia.A partir de 1993 passa a dedicar-se ao ensino da arte, criando cursos de desenho e pintura básica estrutural, bem como de arte contemporânea. Em 1994 cria a Academia das Artes no Tremembé, São Paulo, destinada à formação de novos artistas.Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, destacando-se entre elas: Associação Comercial de Ilhéus (1980); Clube do Congresso de Brasília; SENAC e Hotel Nacional de Brasília (1981); Galeria de Arte Norma Tibério; SESC do Carmo e Centro Cultural São Paulo (1983); Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (1990); Mostra Nacional de Artes Plásticas de Erechim (2001); ¨ A arte antropofágica de Caio Santos ¨, Espaço Cultural Folha de São Paulo, Ribeirão Preto (2003). O artista marcou presença nos 16º e 19º Salão de Artes Plásticas do Embu (1979 e 1982); Salão Bunkyo da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (1996 e 1998). Suas obras encontram-se em diversas coleções privadas e oficiais, notadamente no Acervo Artístico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.