Em comunhão panteística com a natureza, José Marcondes pinta uma visão romântica da Mantiqueira


A serena suavidade da paisagem, o intimismo lírico de uma visão da natureza onde se espelham e quase se objetivam as emoções e as fantasias da alma não estão certamente entre os temas mais comuns da arte de nosso tempo, que pede continuadamente, e até mesmo em demasia, ao pintor de ser testemunha das angústias e das ansiedades que o caracterizam.
Não é o caso de José Marcondes, que não teme ser considerado superado ou anacrônico e oferece nas suas imagens um mundo povoado de árvores, de águas, de nuvens, onde é rara a presença da obra do homem. Aqui e acolá de sua encantadora Mantiqueira, ele inclui uma cabana, um teto que emerge entre os galhos de uma árvore e onde reina o silêncio, a pacata harmonia das estações e das horas.
A fidelidade a um modo todo interior e quase figurado da memória, de sentir a paisagem, de vivê-la nos seus aspectos externos e panorâmicos, a possibilidade que possui de encarnar certos estados de alma, de ser envolvido de um lirismo onde se encontram os muitos segredos da consciência nos seus momentos de contemplação e quase de êxtase, constitui, pois, o tom fundamental da pintura tão intimista e perfeitamente real desse artista de São João da Boa Vista.
A difícil missão para a qual José Marcondes vem se dedicando é, sem dúvida, restituir ao mundo atual uma visão romântica, idílica no sentido etimológico do termo, não renunciando mas aceitando e transfigurando as conquistas visuais e técnicas da pintura atual, E a leve vibração que anima a matéria de seus quadros, aquele ato de preencher a cor de luz ou da luz veicular uma confissão, a uma dilacerada quase panteística comunhão com a natureza, se são romantismo, o são no sentido mais verdadeiro do termo.
Vale ressaltar que a serviço desse lirismo, desse abandono emotivo, encontramos nesse pintor, defensor da ecologia, uma grande sensibilidade e um métier pictórico de consumada habilidade. "Remanso do Rio Jaguari-Mirim na Mata da Fazenda Paraíso", obra doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, bem reflete sua aspiração de restituir ao ser humano o elo com a natureza. Sua veia poética é repleta de inspiração. Seus verdes são de per si uma elegia e nos envolvem nos mistérios da mata como se fôsssemos transportados sobre as asas de um colibri.
O artista
Pintor, escultor e restaurador, José Marcondes nasceu em São João da Boa Vista, em 1936. Autodidata, suas obras são resultado de estudos pessoais sobre arte acadêmica, impressionista e abstrata.
Recebeu diversas medalhas de ouro, prata e bronze nos mais importantes salões de arte brasileiros. Teve obras selecionadas na I Bienal Paulista de Arte Contemporânea, em Valinhos, e na I e II Bienais de Artes Visuais de São João da Boa Vista.
Entre os diversos prêmios que lhe foram outorgados, destacam-se: menção especial no Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro e o diploma da Sociedade Brasileira de Belas-Artes, também no Rio; prêmio aquisitivo Prefeitura Municipal e Prêmio Câmara Municipal, ambos nos Salões de Arte de Piracicaba, medalha de prata no Salão Paulista de Belas-Artes, além de diversos prêmios aquisitivos em Campinas, São Paulo, Amparo, entre outras.
Realizou inúmeras exposições individuais, das quais destacam-se: Semana da Constituinte (1987); Galeria Bauhaus, Goiânia; Galeria Sesi, São Paulo; Academia Paulista de Belas-Artes, São Paulo; Espaço Cultural Banco do Brasil, São Paulo; Espaço Cultural AABB, Belo Horizonte e Rio de Janeiro; "Mouvement sans Terre", na Galerie La Bergerie, Bélgica. É citado no Anuário Latino-Americano de Artes Plásticas (1987) e no Anuário de Artes Plásticas Júlio Louzada (de 1985 a 2001).
Criou, em 1976, o Salão de Artes Plásticas e, em 1998, a Bienal de Artes Visuais, ambos de São João da Boa Vista, e fundou a Associação dos Amigos da Arte e da Cultura de sua cidade natal. Fez parte ainda da equipe de restauradores do Teatro Municipal de São João da Boa Vista. Por inúmeras vezes, foi convidado como membro de júri de seleção e premiação dos salões de São José do Rio Preto, Araraquara, Piracicaba, Mogi-Mirim, Matão, Poços de Caldas, Limeira, Amparo, Rio Claro, Ribeirão Preto, entre outros.
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