A realidade na obra de Vicky Dolabella é transfigurada através de um livre processo da composição em que a fantasia exerce um papel determinante. Existe, portanto, um afastamento entre a natureza e a criação final, e é exatamente essa fratura que qualifica a temática da pintora.

Para não permanecer ancorada a fórmulas antigas e superadas, sua arte, embora possua raízes numa certa tradição da pintura de gênero, tem o valor de uma pesquisa pessoal. Ela renasce, pois, através de um caminho individual, coligada com a ansiedade de criar e de se exprimir.

Vicky Dolabella exalta as formas dos felinos que habilmente desenha, dando-lhes movimentos suaves, lânguidos e sensuais. Como ela própria costuma dizer, seus gatos mudam de forma e se transformam porque isso está relacionado com suas mudanças interiores. Essa paixão, entretanto, se revela mais como uma fixação, ligada sobretudo ao espírito de liberdade e independência que ambos almejam.

Sua inspiração reside na unidade de sentimento com que a pintora olha os seres humanos, seu hábitat e, especialmente, os felinos " enfoque principal de sua pintura. Trata-se de um sentimento de identificação envolvido com um veio de sorridente ironia e de destacada indulgência.

Na obra O Gato e o Vaso de Flores, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, tanto a matéria quanto o cromatismo transmitem a impressão de movimento e de ambientação em que o gato é rei.



A artista

Vicky Dolabella nasceu em Düsseldorf, Alemanha, em 1968. Transferindo-se para o Brasil, naturalizou-se brasileira. Desde muito jovem descobriu que tinha dons artísticos. Entretanto, somente a partir de 1996 resolveu se dedicar exclusivamente à pintura.

Formou-se em propaganda e marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo. Fez pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas, artes plásticas e design na Escola Panamericana de Artes, história da arte em Perugia, na Itália, e aperfeiçoamento e graduação em design, em Frankfurt, Alemanha.

Participou de exposições coletivas no Lúcia Dantas Espaço de Arte, São Paulo; Espaço Cultural Gato Gordo, Campos do Jordão, SP; e Círculo Militar de São Paulo (1996); Salão de Arte Le Bougainville, Alphaville, SP; e Overseas Gallery Coral Gables, Miami, EUA (1997); Düsseldorf, Alemanha; Roma, Itália (1998); Nova York, EUA (1999); e Barcelona, Espanha (2000); Aniversário de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura; e "São Francisco", Casa da Fazenda, São Paulo (2001); "Mulheres", Galeria Mali Villas Boas, São Paulo; e "Outono", Casa da Fazenda, São Paulo (2002); "Decoradores", Espaço Cultural Canal 48, São Paulo (2003);

"Arte Brasil", Galeria 195, Itacaré, BA (2004); "Arte e Móvel", Espaço Cultural Casa e Móvel, São Paulo; e "Todos os Olhares", Espaço Cultural Trion, São Paulo (2005); e "O Olhar Contemporâneo", Espaço Slaviero e Art Gallery (2006).

Realizou as seguintes exposições individuais: "Felinos", Tridimensional Espaço Arte São Paulo, São Paulo; e Espaço Cultural Gato Gordo, Campos do Jordão, SP (1996); "Gatos Trazem Sorte", Clube Transatlântico, São Paulo, "Primavera Cultural", Shopping Alphaville, São Paulo; e "Gatos e Abstratos", Espaço Cultural Lollapaloosa, São Paulo (1997) ; "Gatos e Gatos", Espaço Cultural Unha de Gato, São Paulo (2001); e "Gatos Eternamente", Espaço Cultural Urucum, São Paulo (2002) ; "Gatos Cor e Forma", Galeria 22, Shopping Eldorado, São Paulo (2003); "A Arte Felina e a Miação Social", Espaço Cultural Bendita Hora, Santana do Parnaíba, São Paulo; "Todos os Gatos", Espaço Cultural Jesuíno Arruda, São Paulo; e "O Olhar Abstrato dos Gatos", Espaço Cultural Madeleine, São Paulo (2004); "Gatos para Sempre", Espaço Vetmaster, São Paulo; "Os Gatos", Espaço Anália Franco e Casa da Fazenda, São Paulo; e "Gatos no Outono", Espaço Jesuíno Arruda, São Paulo (2005).

Possui obras em coleções particulares no Brasil, Alemanha e Itália e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.