Waldomiro de Deus com surpreendente imediatismo revela o mistério da substância


27/08/2007 09:30

Compartilhar:

Waldomiro de Deus<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/1 011.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Os vírus estão chegando<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/obra_Os virus estao chegando.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pintura de Waldomiro de Deus é uma espécie de biografia de suas sensações genuínas e de seus sentimentos delicados, aquecida do entusiasmo que o envolve quando pinta.

Os horrores dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos que tanto abalaram o mundo deixaram na alma desse artista traços evidentes, porque, em seu quadro se descobrem os tons característicos daquela catástrofe que enlutou milhares de famílias.

O artista alcança uma vigorosa essencialidade comunicando-nos uma infinidade de sensações sutis e profundas, uma floresta de traços e de símbolos onde com surpreendente imediatismo de registro e com barbárica suavidade, declina o seu conhecido idioma pictórico decretando o mistério da substância.

Waldomiro de Deus manifesta o seu empenho, sua isolada interioridade que nos transmite o eco daquela humanidade palpitante e daquela ânsia de amor que é própria da identificação de si mesmo para o seu mundo e para os outros.

Suas imagens simples, as cenas da vida quotidiana refletem bem a sua inocência e sua ingenuidade frente a vida. É neste momento que nasce em Waldomiro de Deus o desejo de uma arte imediata e narrativa, longe do conceitualismo que está se tornando de moda.

A obra Os vírus estão chegando, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Waldomiro de Deus transporta para tela a sua indignação e a sua revolta como fez anteriormente inquieto com os problemas do país pintando cenas de violência e de corrupção.

O artista

Waldomiro de Deus, nasceu em Itajibá, no sul da Bahia, em 1944.

Aos 12 anos começou a percorrer o Brasil passando inicialmente pelo interior de Minas e em 1958 chegou a São Paulo. Viveu como menino de rua e trabalhou como engraxate em Osasco. Sua primeira obra de arte: uma escultura de barro em que mostrava uma santa em trajes modernos.

Aos 17 anos conseguiu emprego como jardineiro e paralelamente começou a pintar. Lembrando o interior de sua Bahia natal, retratava festas populares, histórias sobre mula-sem-cabeça e lobisomens. Descoberto pelo Marquês Terry Della Stuffa que lhe ofereceu espaço e material para pintar teve a oportunidade de conhecer o professor Pietro Maria Bardi e o físico Mário Schemberg que entusiastas impulsionaram sua carreira.

A partir de 1966 viveu na Europa, expondo na França, Itália, Bélgica e Holanda conhecendo celebridades como Salvador Dali. Voltou ao Brasil em 1975, passando a residir em Goiânia e São Paulo mantendo seu atelier em Osasco.

Pintou mais de 2000 obras sobre folclore, céu, planetas e situações do cotidiano. Suas obras encontram-se em coleções particulares e museus no Brasil e no exterior.

alesp