ABAIXO A REPRESSÃO - OPINIÃO
A impressão que se tem quando se observa o que está acontecendo no país é de que estamos tendo um grande pesadelo. Palavras de ordem como "abaixo a repressão", que pareciam sepultadas com o fim da ditadura militar, estão mais vivas do que nunca na garganta de milhares de manifestantes que lotam ruas e praças deste país exigindo melhores salários, condições de vida e de estudo.
O recrudescimento dos governos federal e estaduais contra os movimentos populares, sindical e estudantil tem sido avassalador. Primeiro os índios e os sem-terra foram reprimidos duramente pela Tropa de Choque da PM baiana durante as comemorações do dia 22 de abril, em Porto Seguro. Mas era só o começo. Logo depois, um sem-terra foi assassinado friamente no Paraná pela Tropa de Choque da PM do governador Jaime Lerner (PFL).
Em São Paulo, Mário Covas faz a sua parte e aplica "direitinho" a cartilha tucana: bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, sprays de pimenta e balas de borracha contra professores, servidores federais, metroviários, estudantes e jornalistas. Resultado: a avenida Paulista foi transformada em uma praça de guerra pela Tropa de Choque da PM, que feriu várias pessoas. O fotógrafo do jornal Agora, Alex Silveira, foi uma das vítimas. Atingido no olho esquerdo por uma bala de borracha disparada pela PM, Alex corre o risco de ter a visão comprometida, já que não enxerga com o outro olho. E fica a pergunta: Como Alex continuará trabalhando se a PM do governador Mário Covas atingiu o essencial para o exercício de sua profissão?
Mas as arbitrariedades e o autoritarismo não param por aí. Remontando aos tempos mais sombrios da ditadura verde-oliva, a Tropa de Choque da PM paulista invadiu a Fatec (Faculdade de Tecnologia), fechou o Centro Acadêmico, ordenou que os estudantes deitassem no chão com as mãos na cabeça e, sob a mira de armas de grosso calibre, entregassem os nomes dos líderes da manifestação. Os PMs também aproveitaram para apreender documentos e arrancar cartazes das paredes da faculdade, para recordar os tempos em que os coturnos davam ordens no país.
Tudo isso é repugnante, para dizer pouco. Mas a arbitrariedade se tornou regra neste governo. No último dia 19, a mesma Tropa de Choque que participou da repressão na Paulista efetuou o despejo dos moradores do Jardim São Carlos, em Guaianases. Mais bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e balas de borracha contra a população.
O absurdo é tão grande que as palavras por si só são insuficientes para dimensionar a brutalidade que foi praticada contra pessoas que apresentavam comprovantes de IPTU na tentativa de proteger suas casas do ataque da PM do governo Covas que, a serviço de um advogado inescrupuloso, transformou 600 famílias, do dia para noite, em sem-teto.
Gostaríamos de assistir ao mesmo empenho dos governos FHC-Covas contra as políticas neoliberais do FMI e no resgate da verdadeira democracia. Abaixo a repressão!
Paulo Teixeira é deputado estadual pelo PT-SP
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