Pelé, Edinho e a culpa do Brasil
O maior jogador de futebol do mundo em todos os tempos, nosso querido Pelé, vai continuar exemplo positivo de comportamento dentro e fora do campo. A tragédia da prisão de seu filho Edinho, porém, passa a marcar de modo cruel a vida de um pai que, em 21 anos de carreira esportiva e em quase 50 anos de personalidade mundial, sempre recusou convites para fazer propaganda de cigarros e de bebidas alcoólicas. Uma ironia do destino.
Nos últimos anos, enquanto o ídolo argentino Maradona se envolvia com as drogas, tornando-se caso de polícia e iniciando um vai-e-vem para clínicas de recuperação, Pelé era relembrado como um caso oposto, o saudável exemplo para a juventude. E certamente continuará assim, num pedestal de herói, após ter emocionado o País ao chorar diante das câmeras de TV no DENARC - Departamento de Investigação Sobre Narcóticos, na última terça-feira.
Entre lágrimas, Edson Arantes do Nascimento reconheceu que, em sua vida de campeão ocupado, não deu atenção ao filho: "Logo eu, que em minha vida sempre condenei as drogas".
Edinho, de 34 anos, conhecido não só como filho de Pelé, mas também por ter sido um goleiro razoável, vice-campeão brasileiro de 1995 pelo Santos, já havia sido condenado pela Justiça por atropelar e matar um idoso, num racha, em 1992, em Santos. Agora, porém, o episódio de sua prisão, sob a acusação de ser viciado em drogas e de estar ligado a traficantes, chocou não só a família Pelé. É algo que leva todo o País de Pelé a uma reflexão. O que está acontecendo?
O que terá levado um jovem filho de ídolo do futebol, herdeiro de uma incalculável fortuna, a aderir ao tão condenado mundo das drogas?
A conclusão é simples: com minha experiência de mais de 30 anos na defesa da segurança dos cidadãos e na luta por uma eficaz prevenção contra as drogas no Brasil, posso garantir que, a exemplo do ocorrido em alguns jogos do Santos em que Pelé foi improvisado como goleiro, desta vez o Atleta do Século tomou um gol entre as pernas.
Entendo sua tristeza, sua decepção. Sei que o fato deixará cicatrizes na vida de Edson Arantes do Nascimento. A lição que fica é a de que ninguém está a salvo das máfias dos traficantes. O governo brasileiro deveria deixar de lado suas poesias e seus discursos vazios contra a venda de armas e adotar uma política enérgica contra os bandidos que oferecem maconha, cocaína e outros tóxicos, semeando tragédias em todas as regiões do País.
Edinho é um símbolo, um alerta. Seu sobrenome famoso não servirá para livrá-lo de investigações da Polícia e de possível nova condenação pela Justiça. Por outro lado, vale a pena esperar mais detalhes das perícias técnicas para se saber o grau de envolvimento do ex-jogador com a quadrilha do traficante Naldinho, evitando-se o risco da condenação apressada. Na menos grave das hipóteses, Edinho é um viciado em drogas, como admitiu. Esse drama já foi suficiente para levar Pelé às lágrimas. O pai Pelé admite ter errado. Mas ele é o único errado no Brasil?
Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL
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