PCC TEM DE SER CONFINADO NUM SÓ PRESÍDIO
O governador Geraldo Alckmin, que já começou a mostrar disposição de corrigir os graves problemas da política de segurança pública e do sistema prisional do Estado de São Paulo, precisa ficar atento quanto ao risco de conseqüências desastrosas de uma decisão tomada por seus assessores: a de retirar os líderes da facção de presos Primeiro Comando da Capital (PCC) principalmente da Casa de Detenção e espalhá-los por outros presídios.
A transferência de centenas de detentos de alta periculosidade foi feita nos últimos dias, como parte das providências tomadas pelo governo para tentar evitar a repetição de grandes motins, como o de 18 de fevereiro, comandado tranqüilamente por líderes do PCC com o uso de telefones celulares. Essas medidas, porém, além de tímidas para acabar com privilégios de presos nas cadeias, são também de uma eficácia que contesto por completo, com base em minha experiência de 14 anos como deputado estadual e de mais de 30 anos como jornalista especializado em violência e criminalidade.
Minha explicação para o verdadeiro absurdo colocado em prática pelo secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, é simples: ao retirar esses perigosos líderes do PCC de seus presídios originais e colocá-los em cadeias do interior, o governo não está confinando o mal e sim espalhando o mal, fazendo com que esses líderes sejam perniciosos junto a detentos não tão maléficos. O certo seria juntar todos os líderes do PCC num só presídio de segurança máxima e mantê-los totalmente confinados, sob completa vigilância. Quantos são eles? Em torno de 400 ou 500? Podem caber num só presídio, a ser cuidadosamente preparado. Pode ser a Casa de Custódia de Taubaté.
Verdade seja dita, o governador Geraldo Alckmin vem demonstrando vontade de superar o problema crucial do governo do Estado, aquele que mais assusta as pessoas: a onda de violência e criminalidade. Para tanto, ele tem de impor a alteração de um estilo de política que prejudica ações da polícia e facilita rebeliões em presídios e na Febem.
Alguns dias atrás, enviei um ofício ao governador Alckmin com várias sugestões para combater o risco de novos motins nas cadeias paulistas. Esse ofício foi um modo de colocar à disposição do novo governador toda a minha experiência. Apontei, por exemplo, que deveria ser mudado o regime dos presídios, confinando realmente os presos, em vez de deixá-los à vontade como vem acontecendo nos últimos anos. Reclusão tem de ser reclusão: indivíduos que cometem crimes graves têm de ficar isolados da sociedade, sem privilégios. As visitas também precisam ser controladas, uma vez que está provado que armas, drogas e até telefones celulares são levados aos presos por meio do contato semanal com seus familiares: é possível organizar um sistema de visita semelhante ao dos Estados Unidos, limitando-se o contado entre o preso e a visita.
Alckmin telefonou para mim, em meu gabinete na Assembléia Legislativa, para agradecer pelas sugestões. O simples fato de ele reconhecer o trabalho feito por deputados é algo importante. Já em 1997, quando eu estava presidindo a CPI da Assembléia que investigava o crime organizado em nosso Estado, alertei os então secretários da Segurança Pública, José Afonso da Silva, e da Administração Penitenciária, João Benedito de Azevedo Marques, sobre o perigo do PCC. Até revelei o estatuto dessa facção. Ninguém deu bola!
*Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL.
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