Representantes do Metrô explicam pedido de empréstimo para conclusão da linha 4

MAU.jpg)
O empréstimo de US$ 450 milhões que o governo do Estado pretende obter junto ao Banco Mundial e a um consórcio de bancos japoneses para a conclusão da linha 4 do Metrô foi discutido nesta terça-feira, 15/5, pela Comissão de Finanças e Orçamento, presidida pelo deputado Bruno Covas (PSDB). Os representantes do Metrô, Sergio Henrique Passos Avelleda e José Carlos Batista do Nascimento, apresentaram aos membros da comissão argumentos para que a Assembléia Legislativa avalie a necessidade do empréstimo, objeto do Projeto de Lei 72/2007.
Segundo o diretor de Assuntos Corporativos do Metrô, Sérgio Avelleda, US$ 190 milhões devem ser destinados à conclusão da fase 1 das obras da linha 4, que liga a estação da Luz à estação da Vila Sônia. Os outros US$ 260 milhões serão utilizados para a implantação da fase 2, na qual estão previstos o acabamento de quatro estações, a construção do complexo de terminais e a complementação do pátio da Vila Sônia.
Os parlamentares que integram a Comissão de Finanças e Orçamento questionaram a solicitação de empréstimo suplementar para a conclusão da fase 1, prevista para dezembro de 2008. Segundo Mário Reali (PT), houve falha importante no planejamento do Metrô, pois os recursos suplementares que estão sendo agora requisitados representam quase a metade do empréstimo aprovado em 2001, de US$ 418 milhões, destinado à realização dessa etapa da obra.
Sérgio Avelleda explicou que a conclusão da primeira etapa da linha 4 depende de novos recursos por causa dos desequilíbrios ocasionados pela valorização do real registrada desde março de 2003, quando foi celebrado o contrato com o consórcio responsável pela obra. Segundo ele, a variação cambial e a evolução dos índices de preços setoriais geraram desequilíbrios e descompassos entre os agentes financiadores.
José Carlos Batista do Nascimento, gerente de custos e coordenador das obras da linha 4, acrescentou que a previsão no começo de 2003 era que o dólar (na época a R$ 2,90) seguiria rota de valorização, o que viria a compensar a evolução dos índices de preços setoriais, estimada na média de 6% ao ano. Entretanto, explicou Nascimento, "a projeção cambial não se confirmou e os índices médios de preços setoriais tiveram elevação contínua". Dessa forma, o Metrô tem de honrar seus pagamentos em real forte com os recursos originados de empréstimos em dólares, hoje em franco declínio.
Limitação de endividamento
O deputado Enio Tatto (PT) questionou as razões de as obras da linha 4 terem sido planejadas em duas fases. "Se não houver autorização para novo empréstimo, a obra ficará pela metade?", perguntou.
Sérgio Avelleda argumentou que a modelagem financeira do projeto da linha 4 teve de enfrentar limitações de recursos orçamentários existentes na época de sua idealização. "O Estado não pôde desenvolver o projeto em uma única fase por causa dos seus próprios limites de endividamento", disse ele. A opção pela separação em duas fases permitiu então o início da obra, apesar das restrições impostas pela capacidade de endividamento do Estado.
O deputado Simão Pedro (PT) perguntou aos representantes do Metrô por que o Estado deve arcar com o ônus das defasagens geradas pela variação cambial. Ele ressaltou que o valor da obra foi fechado em processo de licitação no qual o consócio vencedor apresentou seu preço. O contratado deveria, portanto, assumir os riscos e eventuais prejuízos causados por falhas de planejamento.
Avelleda justificou que, por força das normas do próprio Banco Mundial, o risco cambial não pode ser transferido às empresas contratadas, restando, portanto, a responsabilidade do Estado. Disse também que o valor do contrato permanecerá o mesmo. Não haverá nenhum aditamento, segundo ele.
O deputado Samuel Moreira (PSDB) quis saber se existem outras alternativas de financiamento para a conclusão da linha 4, na hipótese de o empréstimo não ser aprovado pela Assembléia.
Avelleda disse que apenas duas alternativas podem ser aventadas: recorrer a empréstimo junto ao BNDES, embora este já financie as obras da linha 2 do Metrô, ou remanejar recursos orçamentários, disputando assim com as rubricas de outras áreas de atuação do Estado.
Na avaliação do deputado Rui Falcão (PT), os desajustes constatados no planejamento financeiro da obra geram insegurança em relação ao pedido de um novo empréstimo. Segundo ele, o Metrô projeta para o início de 2009 o valor do dólar em R$ 2,50, sendo que o Banco Central tem visto frustrarem-se todos os esforços para conter a desvalorização cambial da moeda americana.
Já o deputado Jonas Donizette (PSB) manifestou sua preocupação com relação aos impactos que os desajustes no âmbito dos custos podem causar sobre as tarifas cobradas do usuário. Outra questão levantada pelo parlamentar refere-se ao caráter do empreendimento, baseado no modelo das parcerias público-privadas. O novo aporte de recursos derivados do empréstimo pode significar um redimensionamento das participações do Estado e dos agentes privados no projeto da linha 4.
Participaram também da reunião da Comissão de Finanças e Orçamento os deputados Davi Zaia (PPS) e Analice Fernandes (PSDB).
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Deputado aciona MP e PGE para impedir ato de partido em celebração ao ataque do Hamas a Israel
- Governo envia à Alesp projetos com diretrizes orçamentárias para 2026 e reajuste do mínimo paulista
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações