Para quem passa pela avenida 23 de Maio, não tem como ficar despercebida a escultura 80 Anos da Imigração Japonesa, assinada pela artista plástica Tomie Ohtake. A obra, como o próprio nome diz, é comemorativa. Localizado em frente ao Centro Cultural São Paulo, o monumento é composto por quatro ondas de concreto que se elevam do chão. Elas representam as quatro gerações de nikkeis (descendentes de japoneses) no Brasil, que são o issei (nascido no Japão), o nissei (filho de japoneses), o sansei (neto) e o yonsei (bisneto). A artista Nascida em Kioto, no Japão, há 95 anos, Tomie chegou ao porto de Santos em 1936, acompanhada pelo irmão Teinosuke, quando tinha 23 anos de idade. Começou a pintar apenas aos 40 anos, em 1968, ano em que se naturalizou brasileira. A sua nova morada, desde então, tornou-se definitivamente São Paulo. Formas ovais, retangulares, cruciformes, quadradas, geométricas ou de um signo qualquer, colocadas isoladamente, justapostas ou em série, compõem a abstração informal característica da artista. Tomie Ohtake desenvolveu importantes trabalhos em pintura, gravura e escultura. Suas obras já ganharam as ruas de cidades como Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e principalmente São Paulo. Três delas estão espalhadas pela capital paulista: no metrô Consolação, na ladeira da Memória e no auditório Ibirapuera. A artista já participou de sete edições da Bienal Internacional de São Paulo. Seu último feito é a escultura de 15 metros de altura e 20 toneladas de aço , na cor vermelha, instalada no Porto de Santos, em homenagem ao centenário da imigração japonesa.