O futuro de Champinha e das leis

A Justiça de São Paulo determinou, no fim de outubro, que a Febem encerre o período de internação do jovem Champinha, que ficou tristemente famoso há três anos ao participar do assassinato do casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé num sítio no município de Embu-Guaçu. Três dos outros envolvidos foram julgados e condenados neste ano, mas Champinha, por ter só 16 anos de idade na época do crime, ficou apenas mantido numa unidade da Febem, à espera da possível libertação. Uma vez que venceu o prazo máximo determinado pela lei para a internação de menores infratores, houve impasse: o juiz Trazíbulo José Ferreira da Silva, do Departamento de Execuções da Infância e da Juventude, determinou que o jovem seja colocado em local adequado para tratamento especializado em saúde mental. De acordo com um laudo médico, Champinha tem problemas mentais e precisa ser internado numa clínica.
O assunto deve ser analisado com base em dois ângulos, já que, antes dessa decisão do juiz, havia a possibilidade de Champinha simplesmente ser solto pelas ruas e ficar à vontade para praticar outros crimes. A sociedade estará mesmo protegida de novos ataques? Um simples tratamento numa clínica é o castigo ideal para quem cometeu um duplo homicídio com toda a crueldade?
Champinha tornou-se um símbolo da distorção praticada no Brasil em torno da legislação sobre menores infratores. Nossas leis têm de ser revisadas com a máxima urgência. É preciso acabar com a tolerância e a impunidade.
O assassinato dos jovens Liana e Felipe, em 2003, provocou revolta da opinião pública. Os matadores do casal de namorados não se limitaram a tirar a vida de duas pessoas: antes dos assassinatos, ainda torturaram as vítimas. No caso de Liana, houve violência sexual por parte de Champinha. Uma vez que o certo é condenar quem pratica esse tipo de crime, como aconteceu com os jurados que decidiram pela cadeia para três dos envolvidos, resta saber até que ponto Champinha continuará uma ameaça para a sociedade.
Uma reforma radical das leis que tratam das infrações dos menores de idade é necessária, não obstante os grupos que se dizem defensores dos direitos humanos e que, na verdade, não passam de teóricos vaidosos dispostos a desafiar o bom-senso e defender jovens bandidos. Por que esses tais "especialistas", tão preocupados em soltar Champinha, não levam esse criminoso para suas respectivas casas? Até quando o Brasil estará sujeito ao estilo de tolerância com bandidos e pouca atenção às vítimas?
Menos mal que a Justiça paulista tenha entrado com o "sinal amarelo", evitando libertar Champinha imediatamente. A falta de clínicas em condições de acolher esse jovem, entretanto, leva a um impasse que exige a máxima atenção das autoridades: se o criminoso, hoje com 19 anos de idade, é considerado doente mental, cabe ao Estado providenciar tratamento, mas num local em que haja recursos capazes de evitar sua fuga. Champinha em liberdade? Socorro!
*Afanásio Jazadji é deputado estadual pelo PFL
Notícias mais lidas
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações