Festa do Divino: patrimônio cultural de São Luiz do Paraitinga


As águas que tanta destruição causaram em São Luiz do Paraitinga estão presentes " mas de forma positiva " na história da cidade desde sua origem como posto avançado às margens do rio Paraitinga (palavra que em tupi-gurani significa "águas claras"). A povoação, que em 1769 recebeu o nome de São Luiz e Santo Antonio do Paraitinga, foi elevada a vila em 1773 e a cidade em 1857. Em 1873, recebeu a denominação de Imperial Cidade de São Luiz do Paraitinga. Com seu casario histórico (o maior conjunto arquitetônico tombado no Estado de São Paulo) e locais para o lazer a prática de esportes aquáticos, a cidade tornou-se, em 2002, estância turística.
Mas São Luiz do Paraitinga tem também um patrimônio imaterial, que encontra seu ponto alto na tradicional Festa do Divino. A festividade, que simboliza uma homenagem dos agricultores ao Divino Espírito Santo, dura dez dias e remonta à época da colonização portuguesa. Mescla de comemoração religiosa e folclórica, ela tem início 50 dias após a Páscoa, sempre numa sexta-feira, com uma novena e a bênção das bandeiras dos fiéis, que depois são conduzidas em procissões. Na procissão do Encontro das Bandeiras, os estandartes das festas anteriores se encontram com as do ano em curso (essas bandeiras percorrem durante um ano os bairros da zona rural, pedindo prendas para a festa).
Além da novena, realizada diariamente, e das cerimônias religiosas, em sua programação a congada (dança folclórica que representa a coroação de um rei do Congo), cavalhada (que relembra as disputas da época medieval), Moçambique (dança de caráter guerreiro, em que cada dançarinos simbolicamente se golpeiam com bastões), entre outras. Um dos momentos mais típicos no Cortejo Imperial, com crianças vestindo trajes que relembram o imperador, a imperatriz e nobres da corte.
Também típica do festejo é a distribuição do afogado, um cozido de carne com batatas preparado apenas por homens. Para preparar o afogado, que é servido gratuitamente, são abatidas cerca de 20 vacas.
A festa se encerra com a procissão do Divino: andores artisticamente confeccionados percorrem as ruas da cidade, acompanhados por membros de irmandades e sociedades religiosas. O sacerdote carrega o santo lenho (uma referência à relíquia que seria um pedaço da cruz de Jesus Cristo) sob o pálio sustentado por integrantes da irmandade do Santíssimo, fundada em 1805. Ao fim da procissão, durante a missa de encerramento, o padre anuncia o nome do festeiro, pessoa encarregada de promover a festa seguinte.
Este ano, a Festa do Divino ocorreu de 14 a 23 de maio. A missa que marca o seu início foi realizada em uma tenda, em frente aos escombros da matriz de São Luís de Tolosa. Com os tradicionais casarões danificados ou sob risco, o Império do Divino, local onde ficam guardadas as bandeiras, a coroa e a imagem do Divino Espírito Santo, foi montado em um ambiente menor. Mas, apesar de todas as dificuldades, a Festa do Divino mostrou uma cidade empenhada em reconstruir seu patrimônio e manter viva sua história.
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