O incentivo poético do artista é essencialmente lírico e deriva do seu amor pela natureza. Desse amor nasce a predileção por temas que têm referência na crua realidade dessa natureza, que é vista, porém, com os olhos da fantasia.

Através de uma pincelada densa, sólida e profundamente viva, que se introduz sobre uma textura cromática palpitante, a obra nasce do encantamento que a transfiguração determina. A sua pintura é feita essencialmente de cor, com a recriação de um equilíbrio poético e lírico, suspenso por uma secreta melancolia que se torna o leitmotiv a cada uma de suas evocações.

Essas evocações são reais quando se transformam num chamamento a entidades naturais e são fantásticas numa interior trama sentimental. Eis por que o trabalho artístico de Dudu Santos "exige a comunhão entre o quadro e o espectador", como afirma Antônio Penteado Mendonça a respeito do artista.

Nessa obra a alma assume o leme e nos leva a viagens através de roteiros dramáticos, onde a beleza e o espanto se sucedem e fazem do cérebro e da alma um ente único, inconfundível e vital. Parte desse todo se transforma num universo em movimento.

Em Agreste, tela doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Dudu Santos consegue produzir movimentos fantásticos, que criam um mosaico composto por partes independentes, que se complementam para, em conjunto, desvendar a essência de seu tema.



O artista

Eduardo dos Santos nasceu em São Paulo no ano de 1943. Iniciou seus estudos com artes em 1953, com a artista húngara Kiszely Piroszka. Na década de 60, aprofundou seus estudos com outros consagrados artistas, como Eduardo Sued, Nelson Nóbrega, Yolanda Mohaly, Joaquim Rocha Ferreira, Renina Katz, Mario Gruber, Marcelo Grassman, Darel Valença Lins e Caciporé Torres.

De 1959 a 1963, freqüentou o curso de Formação de Professores de Desenho da Fundação Armando Alvares Penteado. Em 1966 foi professor de pintura no Atelier Via Veneto, de Nieta Lex.

Realizou inúmeras exposições individuais, iniciando no Clube dos Artistas e Amigos da Arte, São Paulo (1961); Casa do Artista Plástico, São Paulo (1963); Galeria Atrium, São Paulo (1966 e 1969); Galeria Astréia, São Paulo (1973); Galeria Azulão, São Paulo; Museu de Arte Moderna da Bahia (1975); Galeria do Yate Clube do Rio de Janeiro (1976); Documenta Galeria de Arte, São Paulo (1984); Denis Perri Galeria de Arte, São Paulo (1988); Moira Galeria de Arte, Lisboa, Portugal; Galeria de Arte Paulo Vasconcellos, São Paulo (1991); Monica Figueiras Galeria de Arte, São Paulo (1993 e 1998); Museu de Arte Brasileira, São Paulo (1994); Espaço Movida, São Paulo (1996); Paulo Darzé Galeria de Arte, Salvador, Bahia (1998); Renot Escritório de Arte, São Paulo (1999).

De suas exposições coletivas, ressaltam-se as realizadas na: Atelier Labirinto, São Paulo (1962); I Salão do Trabalho - Galeria das Folhas - São Paulo (1964); Grifo Galeria, São Paulo (1976); "Brasil-Japão Arte Contemporânea", Museu Central de Tóquio, Japão; Museu de Belas-Artes de Atami-Moa, Atami, Japão; Salão de Sapporo, Japão; Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro; Salão Negro do Congresso Nacional, Distrito Federal; Museu de Arte de São Paulo (1990); "Brasil-Japão Arte Contemporânea", Museu Central de Tóquio, Japão; Museu de Nagoia, Japão; Salão de Sapporo, Japão (1992); I Mostra de Arte - Fundação Instituto de Ensino para Osasco, São Paulo (1992); "Artes Plásticas Luso-Nipo-Brasileira" no Museu de Arte Brasileira, São Paulo (1993); Galeria "A Lanterna", São Paulo (1995); Museu de Arte Contemporânea, São Paulo (1998).

Possui, também, obras em importantes acervos de instituições públicas e privadas, tais como: Fundação Padre Anchieta - TV Cultura de São Paulo; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; Fundação Armando Álvares Penteado; Academia Lusíadas de Ciências, Letras e Artes; Associação Mokiti Okada do Brasil; Museum de Art, Japão; Bank Boston; Fundação Instituto de Ensino para Osasco; Semp Toshiba S/A e no Museu de Arte de Parlamento de São Paulo.