Auditoria nas APMs

A realização de auditoria nas APMs de todas as escolas públicas e o envio de mensagem à Assembléia Legislativa, instalando a discussão do Plano Estadual de Educação. Esses foram os desafios iniciais propostos por José Roberto Alves da Silva, do movimento Comunidade de Olho na Escola Pública, à nova secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães Castro. "Não acreditamos que ela terá a mesma capacidade que a ex-secretária Rose Neubauer, que enfrentou várias corporações", disse José Roberto. Ele apresentou documento, que pretende protocolar na Secretaria da Educação, contendo uma relação de escolas cujas APMs deveriam ser auditadas. "Aguardaremos providências", finalizou.

Lixo humano

Clóvis de Oliveira, da Associação dos Policiais Civis e Militares e Funcionários Públicos do Brasil, acusou o governo do PSDB, particularmente o de São Paulo, de encarar os funcionários públicos aposentados com discriminação. "Somos tratados como lixo humano. Não aceitamos isso", protestou. Segundo ele, esse procedimento se prolonga há 13 anos e tem como um de seus reflexos a exclusão de aposentados e pensionistas da reposição salarial concedida aos servidores da ativa. Clóvis anunciou o lançamento de uma campanha nacional contra a situação apontada por ele. "Aposentado: não jogue seu voto no lixo. Reflita sobre o tratamento mesquinho que o PSDB vem dando", alertou.

Córrego insalubre no Jardim Icaraí

A presença da TV Globo ou da Sabesp, conforme relata José das Mercês de Freitas, da Associação dos Moradores de Vanguarda do Jardim Icaraí, não foi suficiente para resolver o problema do córrego Petronilha, que corre a céu aberto. O morador alerta para os perigos de contaminação, pois crianças freqüentadoras da Escola Afrânio de Oliveira, localizada nas redondezas, já apresentaram sintomas de hepatite. Além disso não há saneamento, detritos são jogados no córrego e o mau cheiro é insuportável. Os moradores já pediram a canalização, mas nada aconteceu. Mercês indagou se será necessária alguma morte ali para que providências sejam tomadas.

Fechar Congonhas não é solução

Marco Aurélio Cinaqua Amaral, do Rotaract Vila Formosa, não concorda com o fechamento do aeroporto de Congonhas. Para ele, se essa providência for tomada, todos os outros aeroportos do país que estão em situação irregular também teriam que ser fechados. Em sua avaliação, os políticos que estão no poder acham que a desapropriação dos imóveis ao redor do aeroporto deixaria os moradores indignados e com isso eles perderiam votos. Em vez de governarem para o bem do país, o fazem pelos seus próprios interesses. Sendo assim, os considera culpados, embora indiretamente, pelo acidente com o avião da TAM, uma vez que permitiram a instalação de residências em local tão vulnerável.

De volta à Idade Medieval

A delegada de polícia aposentada Maria Lima de Matos, do Movimento em Defesa da Vida, disse que voltava à tribuna após o recesso parlamentar para continuar sua luta em defesa da vida, da segurança e da liberdade. "São os direitos mais valiosos do ser humano", afirmou Maria Lima, mas, segundo ela, o governo Serra é uma vergonha ao estado democrático de direito, pois não protege tais bens como deveria. A delegada afirmou que essa ausência do Estado remonta à Idade Média, quando as pessoas dependiam exclusivamente da proteção divina. Lima reclamou que no Guarujá, onde esteve recentemente, um médico lhe contou que parcela da população paga a facções criminosas por proteção.

O porquê das vaias

Membro do Rotaract e do Instituto de Educação de São Paulo, Anderson Cruz, referindo-se à vaia ao presidente Lula na abertura dos Jogos Pan-Americanos, entendeu que "o governo foi execrado" pelos torcedores que lá se encontravam. Ele disse que isso se deve às "trapalhadas" que o governo tem cometido. E citou o caos aéreo, os escândalos de corrupção, a demora em trocar o ministro da Defesa e a aliança com o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, como os fatores que provocaram à vaia ao governo. Cruz lamentou a morte dos passageiros do acidente da TAM, mas lembrou que continuam a ocorrer muitas mortes nas estradas brasileiras por causa das más condições das rodovias.

Problemas locais

"Os constantes escândalos em Brasília, denunciados pela mídia, não me preocupam", disse Robson César Correia de Mendonça. Ele é do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua em São Paulo e chama a atenção dos governantes para outros graves problemas sociais na cidade. Segundo Mendonça, a população de rua de São Paulo tem sido descaradamente roubada, além de sofrer prisões ilegais. Ele denunciou também as péssimas condições em que se encontram os albergues. "Os moradores de rua não querem sair das ruas porque não querem morar em chiqueiros", protestou.

Descaso com o Vale

Maria Martins Nunes, da Associação dos Amigos do Vale do Ribeira, criticou o descaso que um deputado estadual eleito pelo Vale do Ribeiro, segundo ela, vem demonstrando com a saúde pública naquela região. A oradora afirma que na cidade de Iguape não existe uma Santa Casa sequer e reivindicou do governo estadual a provisão de remédios para a população. Outro descontentamento manifestado por Maria Nunes refere-se à recente nomeação de um subprefeito para Iguape. "Trata-se de uma pessoa que a cidade não conhece e que está sendo investigada pela polícia", finalizou.

Conselhos Tutelares

Além de apontar irregularidades praticadas pelos membros dos Conselhos Tutelares de São Paulo, Mauro Alves da Silva, do Grêmio Social Recreativo Sudeste (SER), convidou os participantes da Assembléia Popular para a audiência pública sobre aqueles organismos, na Câmara Municipal de São Paulo, na próxima terça-feira, 7/8. Ele criticou os conselheiros que defendem mais seus interesses particulares do que os das crianças, à revelia da Secretaria da Educação.

Espaço na Assembléia Popular

Para Tcharles Santos Silva, do Movimento pelos Direitos da População em Sittuação de Rua em São Paulo, os participantes do programa devem usar este espaço para mostrar a realidade de São Paulo, apontando com clareza os principais problemas da cidade. Isso, segundo ele, pode beneficiar a população carente.

Contra o expresso para Cumbica

Luiz Silveira, do Movimento Brasileiro contra a Indústria da Doença, posicionou-se contra a construção do trem ligando a estação Luz a Cumbica, alegando que essa verba deveria ser empregada em saúde, educação e segurança pública. Referiu-se, também, a projeto que proíbe a meia entrada a estudantes com mais de 29 anos e convocou o presidente da UNE a tomar providências contra a medida. Ele criticou ainda a proposta de alteração do Código Penal em tramitação no Congresso, que tiraria a autonomia do Ministério Público na alusão da sentença, além de desobrigar o comparecimento da testemunha ao júri.

Problemas de comunicação

Vilma P. de Godoy Rodrigues, Promotora Legal Popular, falou sobre as dificuldades de comunicação que encontra com a diretora da Escola Rui Barbosa, em Taboão da Serra, onde sua filha estuda. Segundo ela, a diretora não responde seus e-mails e tem tomado posições ética e legalmente questionáveis. Vilma criticou a secretária estadual da Educação, que pretende fazer exames de saúde nos alunos, procedimento que, segundo a promotora, já é lei que nunca foi cumprida. "Ela age como se fosse algo inovador", opinou.

Agir ou sair

Rodolpho Barbosa, do Rotaract Club e integrante da União da Juventude Paulista, disse estar indignado com a situação do país. Para ele, contudo, aqueles que pregam o fechamento do Congresso atuam contra a democracia. "Temos que cobrar dos políticos a ética e não pedir o fechamento das instituições democráticas", afirmou. Falou também sobre as vaias que o presidente Lula recebeu. "Elas revelam a inoperância e a incompetência do governo", opinou. Segundo Barbosa, o presidente rasgou suas bandeiras e hoje trabalha a favor do capitalismo selvagem. Parafraseando o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o orador pediu que Lula aja ou saia do governo.