Nunca se viu tanta movimentação em torno de uma campanha do agasalho na Assembléia Legislativa, que todos os anos colabora com o Fundo Social do Governo do Estado, recolhendo agasalhos em caixas dispostas nos corredores de circulação. A inovação é a gincana criada pela primeira-dama do Parlamento, Ivani Vaz de Lima, que motivou os funcionários a participar, doando novelos de lã. Até a última sexta-feira, 15/6, foram arrecadados em torno de 5 mil novelos, suficientes para tecer cerca de 2 mil gorros. "Essa gincana, que em princípio parece um simples jogo, tem o objetivo de gerar solidariedade e conscientização dos funcionários, e com isso promover o desenvolvimento social daqueles que também são carentes e estão se doando, tricotando os gorrinhos. Estamos, dessa forma, proporcionando participação, dignidade, auto-estima e geração de renda para aqueles que muitas vezes também se sentem excluídos", explicou Ivani Lima. "Estou muito satisfeita com o envolvimento de todos. É como diz a campanha: Quanto mais gente, mais quente", ela completou.Os novelos de lã são entregues ao Instituto do Terceiro Setor (Intese), que os distribui a entidades beneficentes para tecerem gorros e devolvê-los à campanha. Cada gorrinho rende R$ 1 à entidade que o confeccionou. Os novelos de lã doados contam pontos para o departamento da Assembléia responsável pela doação. O departamento que mais doar será premiado com estadas na colônia de férias da Associação dos Funcionários Públicos da Assembléia (Afalesp).Reforço de solidariedadePara fazer a campanha funcionar é preciso sintonia na boa-vontade e nos materiais. Como boa vontade não falta, na semana passada a campanha recebeu um reforço extra de materiais. A Afalesp e o sindicato dos funcionários do Legislativo (Sindalesp) fizeram juntos uma doação de mil novelos. A presidente do Intese, Olga Cerqueira Leite, comemorou: "Já estou aqui para levar novelos para as entidades que estão colaborando. Estão todos muito animados e tecendo sem parar", comentou.Segundo Olga, o Intese mantém 50 entidades conveniadas contribuindo com a campanha e destaca a experiência do Lar Escola São Francisco " Centro de Reabilitação. Nessa entidade, que é referência na América Latina em atendimento a pessoas portadoras de deficiência, mães que levam seus filhos à instituição e antes passavam períodos inteiros ociosas, além de ocupar seu tempo, recebem uma remuneração pelo trabalho e ganham em auto-estima. Dona Rosaura, uma das mães que tem a filha atendida pela entidade, foi quem ensinou a arte de tricotar para as outras e diz ter ganho muito com essa experiência. "Para mim foi uma terapia e ótima oportunidade de passar esse conhecimento para quem não sabia. Me tirou o stress, a depressão", declarou. Lucinete, que também tem uma criança atendida pelo Lar Escola São Francisco, não sabia tricotar e já teceu seis gorros para a campanha: "Nunca tinha pego numa agulha, agora quero continuar aprendendo para fazer mais", afirmou. Para Cláudia Pirani, superintendente do Lar Escola São Francisco, que atende diariamente cerca de 2 mil pessoas portadoras de deficiência, a campanha promovida pela Assembléia trouxe uma grande novidade e excelente oportunidade para as mães que ficam à espera de seus filhos. "Todas se engajaram no projeto, aprenderam um ofício e percebo a satisfação em participar podendo ajudar quem precisa", declarou.O prazo para coleta dos novelos termina dia 25/6 e, no dia 15/7 a Assembléia fará a entrega dos agasalhos e dos gorros ao Fundo Social do GovernoPara obter mais informações sobre a campanha, acesse www.al.sp.gov.br.