Em reunião realizada nesta segunda-feira, 5/2, na Secretaria estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, o deputado Edmir Chedid (PFL) expôs ao secretário Luiz Antonio Marrey e à presidente da Fundação CASA (antiga Febem), Berenice Gianella, seu descontentamento com a construção de uma unidade da instituição em Bragança Paulista.

Chedid enfatizou que sua maior preocupação não está relacionada com os adolescentes infratores da região, mas com aqueles que podem ser transferidos para a cidade.

Para o deputado, a instalação dessas unidades de internação nas cidades estâncias representa uma ameaça à tranqüilidade dos moradores e um fator de desestímulo ao turismo.

Na condição de representante da região e líder do PFL, Edmir Chedid solicitou ao secretário Marrey a postergação da medida, a fim de assegurar uma nova rodada de negociações e a reavaliação dos estudos. O parlamentar argumentou que os anseios da população local precisam ser respeitados.

O fator surpreendente da reunião, responsável pela polarização da discussão, foi a posição firmada pela Prefeitura de Bragança Paulista, expressa pelo vice-prefeito, Joca, de que aceita a instalação da unidade desde que não seja construída no terreno da antiga Austin, por estar na região central da cidade.

O vereador Miguel Lopes, também presente à reunião, reforçou as palavras do vice-prefeito, acrescentando que reside nas proximidades do terreno escolhido pelo Estado e que, por isso, apóia a decisão da prefeitura de que seja indicado um outro local.

O vice-prefeito propôs ainda que o desgaste político pela construção da Febem na cidade seja dividido por todos. A proposta foi rechaçada pelos vereadores Ronaldo Teixeira, Fabiana Alessandri e Gislene Bueno, que acompanhavam o deputado Chedid.

O secretário Marrey esclareceu que a situação de resistência é comum em todas as cidades, mas advertiu que o único item que ainda pode ser negociado é a mudança de localidade. Segundo Marrey, o Estado não pode abdicar de suas obrigações.

Reafirmando a posição defendida pelo deputado Edmir Chedid, contrário à instalação, independentemente da localização, o presidente da câmara bragantina, vereador Ronaldo Teixeira, entregou ao secretário um abaixo-assinado contendo mais de 10 mil assinaturas de moradores contrários à Febem na cidade, juntamente com uma cópia da lei municipal que proíbe unidades prisionais no perímetro urbano do município. O secretário informou que o governo deverá recorrer judicialmente.

Chedid reiterou a solicitação de adiamento da construção, assegurando que continuará lutando pelo impedimento de unidades da instituição em Bragança e nas demais estâncias. O deputado afastou qualquer possibilidade de entendimento que possa "dividir o desgaste" pela instalação da unidade em Bragança, como sugeriu o vice-prefeito, e prometeu resistir até o final. A posição foi também defendida pelos vereadores Ronaldo Teixeira, Fabiana Alessandri e Gislene Bueno.

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