Desalento

Há tempos, o medo do desemprego está no topo da lista de preocupações da maioria das pessoas. Não é para menos. Sem uma ocupação regular e devidamente remunerada, fica difícil administrar o presente e ainda fazer planos para o futuro. Daí o desalento em que vivem largas parcelas da sociedade brasileira.
Não é novidade para ninguém o fato de que, por excesso de demanda, o mercado está cada vez mais competitivo. Exige-se muito dos candidatos a uma vaga formal. E a remuneração não é lá essas coisas. Os jovens encontram dificuldade para arrumar uma ocupação digna do nome. E o quadro se agrava fortemente, se não tiverem boa formação escolar.
Os mais velhos, por sua vez, pagam o preço da idade. Não por acaso, a informalidade atinge 60% dos trabalhadores urbanos. Cada um se vira como pode. O país só vai sair desse marasmo com crescimento econômico superior ao que ele tem registrado nos últimos anos e com a adoção de políticas públicas que valorizem o trabalho e a capacidade de empreender.
É triste constatar que 27% dos jovens das oito principais regiões metropolitanas, com idade entre 15 e 24 anos, não trabalham nem estudam. O resultado da pesquisa acaba de ser divulgado pela imprensa. De acordo com especialistas, eles não se encontram nesta situação porque cultivam o ócio. Muitos continuam estudando em casa e procuram uma ocupação remunerada. Outros participam de projetos sociais. Todos sonham " e isto é legítimo " com uma vida melhor. A desgraça é que, com o tempo, o sonho pode virar pesadelo. A falta de perspectiva é uma das portas de entrada para a criminalidade, para os vícios, para o desarranjo familiar.
É difícil não sucumbir diante de tamanha adversidade. E não serão campanhas ufanistas " segundo as quais, o brasileiro não desiste nunca " que terão o poder de reverter a situação. É preciso ter um projeto para o país, competência administrativa, compromisso com a ética e respeito pelos cidadãos. Do contrário, continuaremos a produzir novas gerações de desencantados. E pagaremos, na forma de insegurança, o preço dessa irresponsabilidade. De 1º de janeiro a 15 de fevereiro deste ano, segundo dados oficiais, o governo federal destinou R$ 46,8 milhões aos gastos com publicidade institucional " o dobro dos R$ 23,5 milhões gastos, em período idêntico, no ano passado. O que chama a atenção, porém, é que, nos primeiros 45 dias de 2006, o programa Primeiro Emprego, por exemplo, recebeu apenas R$ 36 mil. E isto porque, na avaliação do presidente da República, nunca neste país se fez tanto pelos pobres, pelos jovens, pelos que mais necessitam etc. O papel aceita tudo.
*Milton Flávio é professor de Urologia na Unesp, deputado estadual pelo PSDB e vice-líder do governo na Assembléia Legislativa de São Paulo
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